quinta-feira, 27 de maio de 2010

Cancro

quinta-feira, 27 de maio de 2010

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Crioestaminal


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TUMORES LÁCTEOS


O leite pode provocar tumores malignos nos ovários. A conclusão saiu dos prestigiado Instituto Karolinska, na Suécia, que constatou que as mulheres que bebem dois ou mais copos de leite por dia aumentam até 50% os riscos de desenvolverem a doença. Mulheres entre os 38 e 76 anos foram acompanhadas durante 13 anos, para que os suecos descobrissem que o leite seria o alimento mais associado ao cancro de ovários. Das 266 voluntárias que foram diagnosticadas com o tumor, 125 avançaram para uma forma mais agressiva da doença porque ingeriram maiores quantidades de leite e seus derivados que as outras, durante aquele período de tempo. Ainda não se conhece bem a associação do leite a esta doença, mas uma teoria aponta a lactose (um tipo de açucar encontrado na bebida) como um possível estimulante das normas que, por sua vez, estimulam o crescimento de tumores.

Outros estudos já haviam apontado a lactose como um factor de risco para outros cancros, como o da mama e o da próstata.


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PREVENIR CANCRO DA PRÓSTATA


Especialistas norte-americanos identificaram um processo biológico que parece conseguir parar o crescimento dos tumores da próstata.

De acordo com um estudo divulgado na Nature, este processo, que faz parte do envelhecimento e é controlado por determinados genes, resulta na incapacidade das células e, por consequência também os tumores, crescerem normalmente.

Os homens com cancro da próstata não têm os genes que intervêm neste processo, pelo que corrigir esta falha pode ser uma forma eficaz de evitar a progressão do tumor.


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A nossa escolha...

A nossa escolha centrou-se neste tema, visto que somos diariamente bombardeados por notícias e campanhas de sensibilização. Sendo um tema bastante actua, o cancro pode atingir tanto os nossos amigos como familiares que acabam por ser vítimas deste doença.
Devido ao elevado número de casos, pretendemos sensibilizar a comunidade escolar de forma a divulgar e informar acerca deste tema, porque não depende só das diversas instituições/associações o combate contra a doença, depende sobretudo de cada um de nós.
Apesar de estar enraizado na sociedade que o cancro não tem cura, hoje em dia já é possível minimizar a dor, devido ao avanço tecnológico, e recorrer a diversos tipos de tratamento. como os cuidados paliativos.
O voluntariado é uma acção que passa despercebida à maioria dos portugueses, sendo um dever cívico de todos nós.
Devemos todos colaborar, pois assim poderemos aliviar a dor e o sentimento de muitos doentes, bastando apenas relacionarmo-nos e confraternizarmos com pessoas que precisam de ser ouvidas e apoiadas.


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Cancro do pâncreas


TIPOS

No pâncreas podem-se desenvolver tumores malignos distintos, alguns provocados pelo próprio órgão e outros correspondentes à expansão directa de cancros localizados nas estruturas vizinhas ou, então, são procedentes de outros focos, até muito afastados (metástases do cancro do pulmão, mama, rins, etc.).

A maior parte dos tumores malignos primitivos do pâncreas são de tipo carcinoma, formados a partir das células que constituem os ácinos glandulares, canalículos e canais pancreáticos. Podem aparecer em qualquer parte do órgão, ainda que cerca de 70% dos casos se localizem na cabeça do pâncreas, enquanto que 20% dos casos se encontram no corpo do pâncreas e apenas 10% se desenvolvem na cauda.

Esta diferença entre eles acaba por ser de máxima importância, não tanto do ponto de vista do comportamento dos tumores, que por serem malignos têm sempre uma evolução espontânea desfavorável, mas sim no que se refere ao eventual aparecimento de manifestações precoces, aumentando as probabilidades de um diagnóstico preciso e de um tratamento eficaz. Efectivamente, os cancros que se desenvolvem no corpo e na cauda do pâncreas costumam passar despercebidos até às fases de evolução mais avançadas e, normalmente, quando são descobertos, já é tarde para aplicar um tratamento curativo. Por outro lado, os tumores que se localizam na cabeça do órgão têm, por vezes, manifestações características que servem de indício para o problema e propiciam o seu diagnóstico - ao longo do seu desenvolvimento, costumam provocar uma compressão do colédoco, canal das vias biliares que atravessa esta zona do pâncreas para terminar no duodeno, o que provoca uma obstrução do fluxo da bílis e dá lugar a uma sintomatologia especial de que se falará mais adiante.

MANIFESTAÇÕES

O cancro do pâncreas costuma ser assintomático durante muito tempo, até que o seu crescimento gradual obstrua o fluxo das secreções pancreáticas ou da bílis até ao duodeno, alterando a função do órgão, ou então que invada as estruturas adjacentes.

As manifestações costumam aparecer em fases já relativamente avançadas da doença, excepto quando o tumor se forma no canal pancreático principal (canal de Wirsung) ou próximo do ponto em que este acaba no duodeno (ampola de Vater), uma vez que se sentem imediatamente os sintomas de uma obstrução das vias biliares (o colédoco acaba junto com o canal de Wirsung no duodeno). Assim, de acordo com a localização do tumor, pode ocorrer uma icterícia como consequência da obstrução do fluxo da bílis provocada pela compressão do colédoco.

Independentemente de este sintoma ocorrer ou não, a principal manifestação é a dor sentida na parte central e superior do abdómen e, por vezes, mais patente no flanco esquerdo ou no direito, alastrando-se até à parte central das costas. Trata-se de uma dor contínua e forte, que se mantém durante a noite e que se vai intensificando com o tempo.

À medida que o tumor se desenvolve, o paciente apresenta uma acentuada perda de apetite, náuseas e vómitos, bem como problemas digestivos provocados pela falha da função pancreática. Tudo isto origina um emagrecimento progressivo, com uma significativa perda de peso que, ocasionalmente, constitui um dos primeiros sinais da doença.

Quando a doença se encontra num estado avançado, aparecem sensações de cansaço e debilidade, febre, distensão abdominal após as refeições e manifestações típicas de falta de suco pancreático, como defecações frequentes e volumosas, com restos de alimentos mal digeridos.

Além disso, pode-se desenvolver a diabetes, se as estruturas pancreáticas incumbidas da produção da insulina (ilhéus de Langerhans) forem destruídas. Este distúrbio metabólico caracteriza-se por um aumento da concentração de glicose (hiperglicemia) e provoca um aumento da produção de urina e uma grande sensação de sede, entre outras manifestações típicas evidentes. Nos estádios finais da doença cancerosa, o paciente afectado apresenta sinais de desnutrição e, eventualmente, sintomas derivados da infiltração dos órgãos vizinhos ou das propagações à distância do cancro (a temida metástase), com o possível desenvolvimento de numerosas e diversas complicações que colocam em perigo a sua vida.

TRATAMENTO

O único tratamento eficaz do cancro do pâncreas é a cirurgia, com a extracção do tumor e dos tecidos adjacentes presumidamente infiltrados. Geralmente, procede-se à extracção total do pâncreas (pancreatectomia), medida que se pode complementar com a radioterapia (aplicação de radiações) e a quimioterapia (administração de medicamentos anticancerosos). Após a operação, o paciente deverá tomar preparados com enzimas digestivas e medicamentos hormonais que substituam as secreções do pâncreas durante toda a vida.

De qualquer modo, esta acção terapêutica, com intenção curativa, apenas é possível numa percentagem relativamente reduzida dos casos, quando o tumor maligno ainda se encontra nas primeiras fases da doença.

Se o cancro for diagnosticado em estádios mais avançados, como acontece na maior parte dos casos, apenas resta proceder a um tratamento de carácter paliativo, eliminando o foco tumoral e colocando sondas de drenagem para evitar a acumulação de bílis nas vias biliares, juntamente com a medicação adequada para aliviar a dor e restantes incómodos.


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Cancro da Tiróide


O diagnóstico de cancro da tiróide é assustador para a maior parte das pessoas , pela sua associação com dor e morte. Na verdade o prognóstico desta doença é geralmente excelente, porque:



  • A cirurgia é curativa na maioria dos casos.
  • Praticamente não causa dor ou incapacidade.
  • O tratamento é geralmente eficaz.

Geralmente apresenta-se sob a forma de um nódulo da tiróide. Ocasionalmente o cancro da tiróide pode apresentar-se sob a forma de um gânglio linfático cervical aumentado, rouquidão por compressão do nervo da voz (nervo laríngeo recorrente), ou dificuldade na deglutição ou respiração devido à obstrução do esófago ou laringe.


Noventa por cento dos cancros da tiróide são formas diferenciadas, e têm um bom prognóstico. Há 2 tipos de cancro diferenciado: papilar e folicular.


O exame anatomopatológico de tiróides consideradas normais pode revelar áreas mínimas de cancro papilar .Estes cancros microscópicos parecem não ter tendência para crescer e por esse motivo não têm importância clínica.


São clinicamente importantes quando aparecem sob a forma de nódulo da tiróide, porque podem continuar a crescer e espalhar-se pelo organismo. O cancro papilar da tiróide compreende 70 a 80% dos cancros da tiróide.


O que fundamentalmente determina o prognóstico dos doentes é a extensão da doença original, as dimensões do tumor e a idade do doente.


Cerca de 85% dos doentes cujo tumor primário é intratiroideu (confinado à tiróide) têm um excelente prognóstico, a taxa de mortalidade aos 25 anos é de 1%. Isto significa que passado 25 anos apenas 1 em cada 100 doentes faleceu de cancro da tiróide. A grande maioria dos doentes estão permanentemente curados. O prognóstico pode não ser tão favorável em doentes com idade superior a 50 anos ou um tumor de dimensão superior a 4 cm. O prognóstico é mais reservado quando o cancro se estende para fora da tiróide, invade a cápsula da glândula e atinge os outros tecidos do pescoço.


Num pequeno numero de casos, o cancro pode disseminar-se pelo sangue para locais à distância nomeadamente pulmão e osso. Estes tumores à distância (metástases) podem ser tratados com iodo radioactivo.


O cancro folicular da tiróide compreende 10-15% dos cancros da tiróide e parece ocorrer em idades mais avançadas que o cancro papilar.


O cancro folicular parece ter um comportamento mais agressivo que o cancro papilar da tiróide. Num terço dos doentes o tumor é minimamente invasivo com um excelente prognóstico. Em 2/3 dos doentes o cancro folicular é mais invasivo. Pode-se espalhar pelo sangue e atingir locais à distância nomeadamente pulmão e osso. Geralmente o prognóstico é melhor em idades jovens que em indivíduos com mais de 50 anos.


Tratamento


O tratamento primário para os cancros da tiróide é a cirurgia. Para as formas agressivas do cancro folicular e papilar a abordagem inicial é a remoção de toda a glândula tiróide (tiroidectomia total). Tratando-se de cancro papilar intratiroideu de menores dimensões e cancro folicular minimamente invasivo poderá não ser necessária uma cirurgia tão extensa. Visto que o prognóstico destas formas de cancro diferenciado é excelente independentemente da abordagem cirúrgica, não há regras absolutas no tratamento cirúrgico.


O iodo radioactivo é usado para o tratamento do cancro diferenciado da tiróide agressivo que apresenta invasão dos tecidos que rodeiam a tiróide ou locais à distância (pulmão e osso). Pode também ser usado para complemento da tiroidectomia nas formas menos agressivas.


É baseado no facto que as células malignas da tiróide captam o iodo 131 e são por ele destruídas.


Em condições normais as células do cancro da tiróide captam apenas diminutas quantidades de iodo (ou 131I). No entanto quando a TSH está muito aumentada, as células malignas da tiróide são capazes de captar quantidades significativas de131I. Esta dose elevada de 131I, destroi as células malignas da tiróide sem lesar os tecidos que as rodeiam. Portanto para efectuar tratamento com 131I é necessário que previamente a tiróide tenha sido toda ou praticamente toda retirada.


Se após a tiroidectomia total ou quase total, um cintigrama com 131I, revela tumor residual no pescoço ou metástases à distância, o doente necessita de terapêutica com iodo radioactivo para destruir as células malignas.


Porque este tratamento é seguro e eficaz é também usado nos casos de cancro diferenciado menos agressivo. Nestas situações é usado para destruir pequenos restos tiroideus que se mantêm após a cirurgia. Esta abordagem pode melhorar o prognóstico e tornar mais fácil a detecção de recorrência tumoral pelo doseamento de tiroglobulina.


Em alguns casos mais agressivos pode ser necessária radioterapia externa.


A quimioterapia geralmente não é eficaz.


Obviamente se a tiróide foi total ou quase totalmente removida, tem que ser administrada hormona tiroideia para que o organismo se mantenha normal.


Vários estudos demonstraram que os carcinomas da tiróide recidivam mais frequentemente nos doentes que não tomam esta medicação.


As doses de hormona devem ser ajustadas pelo médico de acordo com as características particulares do doente. Em doentes com formas mais agressivas de carcinoma diferenciado pode ser necessário uma maior dose de modo ao doseamento de TSH ser indetectável.


Seguimento do carcinoma diferenciado da tiróide


É fundamental o seguimento periódico, porque as recorrências tumorais podem aparecer muitos anos após uma cirurgia bem sucedida.


Nas consultas de seguimento é importante a clínica e o exame físico com particular atenção para a palpação da região cervical. Podem ser necessários outros exames nomeadamente o RX do tórax, ecografia da tiróide e cintigrama da tiróide com131I. É também fundamental a monitorização regular da tiroglobulina. Esta substância é produzida e libertada pela célula tiroideia normal e também pelo célula maligna do cancro da tiróide. Após tiroidectomia total, o seu nível é muito baixo. Um nível elevado ou a subir da tiroglobulina implica persistência ou crescimento tumoral, mas não está obrigatoriamente associada a um mau prognóstico. Um nível de tiroglobulina elevado alerta o médico para a necessidade de efectuar outros exames para a detecção de recidiva tumoral.


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CANCRO DA MAMA


O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum entre as mulheres (não considerando o cancro da pele), e corresponde à segunda causa de morte por cancro, na mulher.

Em Portugal, anualmente são detectados cerca de 4500 novos casos de cancro da mama, e 1500 mulheres morrem com esta doença.

O cancro da mama é uma das doenças com maior impacto na nossa sociedade, não só por ser muito frequente, e associado a uma imagem de grande gravidade, mas também porque agride um órgão cheio de simbolismo, na maternidade e na feminilidade.

Neste capítulo, poderá encontrar informação importante sobre o cancro da mama. Serão abordadas as causas possíveis, o rastreio, sintomas, diagnóstico, tratamento, e recuperação. Contém, ainda, informação para ajudar as mulheres com cancro da mama a lidarem com a doença.

Cancro da Mama no Homem

Em Portugal, cerca de 1% de todos os cancros da mama são no homem. Grande parte da informação apresentada sobre o cancro da mama é, também, aplicável a homens com cancro da mama.

A investigação continua a esclarecer questões relacionadas com o cancro da mama: são descobertos novos dados acerca das suas causas e novos modos de prevenir, detectar e tratar esta doença. Assim, as pessoas com cancro da mama podem esperar uma melhor qualidade de vida e menor hipótese de morrer devido a esta doença.

A MAMA

A mama é uma glândula que pode produzir leite. Cada mama assenta nos músculos do peito (peitorais) que cobrem as costelas.

Cada mama encontra-se dividida em 15 a 20 secções, os chamados lobos. Os lobos contêm muitos lóbulos mais pequenos. Os lóbulos contêm grupos de pequenas glândulas que produzem leite. O leite flui dos lóbulos através de uns tubos finos, os ductos, até ao mamilo. O mamilo é o centro de uma área escura de pele, a aréola. O espaço entre os lóbulos e os ductos é preenchido com gordura.

A mama também tem vasos linfáticos, que transportam um líquido límpido - a linfa. Os vasos linfáticos terminam nuns órgãos pequenos e arredondados - os gânglios linfáticos. Encontram-se grupos de gânglios linfáticos perto da mama, nas axilas (debaixo do braço), acima da clavícula, no peito (atrás do esterno), e em muitas outras partes do corpo. Os gânglios linfáticos "prendem" e retêm bactérias, células cancerígenas, ou outras substâncias malignas, que se podem encontrar no sistema linfático. Quando as células de cancro da mama entram no sistema linfático, podem ser encontradas nos gânglios linfáticos próximo da mama (regionais).

CANCRO DA MAMA: QUEM ESTÁ EM RISCO

Não é conhecida uma causa específica para o cancro da mama

Sabemos que embates violentos na mama não provocam, por si só, cancro da mama; no entanto, é conveniente ter cuidado com as mamas. O cancro da mama não é contagioso: ninguém "apanha" a doença de outra pessoa.

A investigação tem demonstrado que há mulheres que apresentam um risco aumentado para cancro da mama, que se pensa estar associado a determinados factores de risco (factores que aumentam a probabilidade de uma pessoa desenvolver uma doença). Foram já identificados alguns factores de risco para o cancro da mama:

  • Idade: a possibilidade de ter cancro da mama aumenta com o aumento da idade; uma mulher com mais de 60 anos apresenta maior risco. O cancro da mama é menos comum antes da menopausa.
  • História pessoal de cancro da mama: uma mulher que já tenha tido cancro da mama (numa mama), tem maior risco de ter esta doença na outra mama.
  • História familiar: o risco de uma mulher ter cancro da mama está aumentado se houver história familiar de cancro da mama, ou seja, se a sua mãe, tia ou irmã tiveram cancro da mama, especialmente em idades mais jovens (antes dos 40 anos); ter outros familiares com cancro da mama, do lado materno ou paterno da família pode, também, aumentar o risco.
  • Algumas alterações da mama: algumas mulheres, apresentam células mamárias que parecem anormais, quando vistas ao microscópio; ter determinado tipo de células anormais, como sejam a hiperplasia atípica ou o carcinoma lobular in- situ , aumenta o risco de cancro da mama.
  • Alterações genéticas: alterações em certos genes (BRCA1, BRCA2, entre outros) aumentam o risco de cancro da mama; em famílias onde muitas mulheres tiveram a doença, os testes genéticos podem, por vezes, demonstrar a presença de alterações genéticas específicas. Assim sendo, em mulheres que apresentem estas alterações genéticas, podem ser sugeridas medidas para tentar reduzir o risco de cancro da mama e melhorar a detecção precoce da doença.
  • Primeira gravidez depois dos 31 anos
  • História menstrual longa: mulheres que tiveram a primeira menstruação em idade precoce (antes dos 12 anos de idade), tiveram uma menopausa tardia (após os 55 anos) ou que nunca tiveram filhos (nuliparidade), apresentam um risco aumentado.
  • Terapêutica hormonal de substituição: mulheres que tomam terapêutica hormonal para a menopausa (apenas com estrogénios ou estrogénios e progesterona), durante 5 ou mais anos após a menopausa parecem, também, apresentar maior possibilidade de desenvolver cancro da mama.
  • Raça: o cancro da mama ocorre com maior frequência em mulheres caucasianas (brancas), comparativamente a mulheres Latinas, Asiáticas ou Afro-Americanas.
  • Radioterapia no peito: mulheres que tenham feito radioterapia ao peito, incluindo as mamas, antes dos 30 anos, apresentam um risco aumentado para cancro da mama; esta situação inclui mulheres com linfoma de Hodgkin que foram tratadas com radiação - estudos publicados demonstram que, quanto mais nova era a mulher, na altura dos tratamentos com radioterapia, mais elevado é o risco de vir a ter cancro da mama.
  • Densidade da mama: mulheres mais velhas que apresentam, essencialmente, tecido denso (não gordo) numa mamografia (raio-X da mama), têm risco aumentado para cancro da mama.
  • Obesidade após a menopausa: as mulheres que são obesas, após a menopausa, apresentam um risco aumentado de desenvolver cancro da mama. A obesidade está relacionada com uma proporção anormalmente elevada de gordura corporal; tendo em conta que o corpo produz alguns estrogénios (hormona feminina) no tecido gordo é, assim, mais provável que as mulheres obesas apresentem níveis elevados de estrogénios e, consequentemente, risco aumentado para cancro da mama. Alguns estudos demonstram que o aumento de peso, após a menopausa, aumenta o risco de cancro da mama.
  • Inactividade física: mulheres que são fisicamente inactivas, durante a sua vida, parecem ter um risco aumentado para cancro da mama; estar fisicamente activa pode ajudar a diminuir este risco, através da prevenção do aumento de peso e da obesidade.
  • Bebidas alcoólicas: alguns estudos sugerem haver relação entre a maior ingestão de bebidas alcoólicas e o risco aumentado de ter cancro da mama.

Na área sintomas, estão descritos outros factores de risco ainda em estudo.

Muitos dos factores de risco citados podem ser evitados; outros, como a história familiar, não podem ser evitados. É, no entanto, útil saber e estar consciente dos factores de risco, ainda que muitas mulheres com estes factores de risco não apresentem cancro da mama.

A maioria das mulheres que desenvolvem cancro da mama não tem história de cancro da mama na sua família; de facto, com excepção do envelhecimento, muitas mulheres com cancro da mama não apresentam fortes factores de risco para a doença.

Se pensa estar em risco de ter cancro da mama, deve discutir este facto com o médico; este pode sugerir modos de reduzir o risco e planear um calendário adequado para os exames médicos.

DETECÇÃO DO CANCRO DA MAMA

Deve falar com o médico acerca do seu risco pessoal para ter cancro de mama; deve colocar questões acerca de quando começar e com que frequência deve fazer exames para despiste da doença. Estas decisões, tal como muitas outras, devem ser estabelecidas individualmente para cada pessoa.

É muito importante fazer exames de rastreio, antes de surgirem quaisquer sinais ou sintomas; só assim poderá ajudar os médicos a detectar e tratar precocemente o cancro. Se o cancro for detectado precocemente, a probabilidade do tratamento ser eficaz e bem sucedido é muito mais elevada.

O médico pode sugerir a realização de exames de rastreio do cancro da mama, antes de se desenvolverem quaisquer sintomas:

  • Auto-exame da mama
  • Mamografia de rastreio
  • Exame clínico da mama
  • Mamografia de Diagnóstico

Para a detecção precoce do cancro da mama, é recomendado que:

  • Mulheres com 40 anos ou mais, devem fazer uma mamografia (raio-X da mama) anualmente ou em cada dois anos.
  • Mulheres que apresentem um risco aumentado (relativamente à média) de ter cancro da mama, devem falar com o seu médico acerca de fazer uma mamografia antes dos 40 anos, e saber qual a frequência para as próximas.
A mamografia mostra, muitas vezes, um nódulo (ou caroço) na mama, antes que este possa ser sentido ou palpado. Pode, também, mostrar uma agregação de pequenas partículas de cálcio. As partículas chamam-se microcalcificações. Tanto os caroços como estas agregações podem ser sinais de cancro.

Na mamografia, se o médico identificar uma área anormal, pode pedir que seja repetida a mamografia. Pode, ainda, ser necessário fazer uma biópsia. A biópsia é o único processo através do qual se podem ter certezas quanto à existência de cancro. Para mais informações sobre a biópsia, pode consultar a área diagnóstico.

A mamografia é a melhor "ferramenta" de que os médicos dispõem para descobrir o cancro em fase precoce. No entanto, saiba que:

  • A mamografia pode não detectar alguns cancros que estejam já presentes; são os chamados "falsos negativos".
  • A mamografia pode detectar alguma coisa que, mais tarde, se verifique não ser um cancro: são os chamados "falsos positivos".
  • Alguns tumores, de crescimento rápido, podem já se ter metastizado para outras partes do corpo, antes que a mamografia os tenha detectado.
  • A mamografia (bem como os raios-X aos dentes, e outros raios-X de rotina) usa doses muito pequenas de radiação. Regra geral, os benefícios superam os riscos, a exposição repetida aos raios-X pode ser nociva. É boa ideia a mulher falar com o seu médico sobre a necessidade de realizar cada raio-X, e perguntar sobre a utilização de protecção noutras partes do corpo, durante a realização da mamografia.

EXAME CLÍNICO DA MAMA

Durante um exame clínico da mama, o médico palpa as mamas em diferentes posições: enquanto está de pé, sentada e deitada. O médico pode pedir que levante os braços acima da cabeça, que os deixe caídos ou que faça força com as mãos contra as coxas.

O médico procura quaisquer diferenças entre as mamas, incluindo diferenças invulgares de tamanho ou forma. Na pele, é verificada a presença de vermelhidão, depressões cutâneas ou outros sinais anormais. Os mamilos devem ser pressionadas para verificar se existe alguma secreção ou perda de líquido.

O médico poderá examinar toda a mama, usando a ponta dos dedos para sentir quaisquer alterações e/ou nódulos, a área axilar e a área da clavícula, primeiro de um lado e depois do outro (esquerdo e direito), Um nódulo apresenta, geralmente, o tamanho de uma ervilha, antes que alguém o consiga sentir ou palpar. Podem ser verificados os gânglios linfáticos perto da mama, para ver se estão inchados.

Um exame clínico completo da mama, pode demorar cerca de 10 minutos a ser realizado.

AUTO-EXAME DA MAMA

O auto-exame da mama deverá ser feito mensalmente, para avaliar quaisquer alterações nas mamas. Quando faz este exame, é importante lembrar que as mamas são diferentes, de mulher para mulher, e que podem surgir alterações, devidas à idade, ao ciclo menstrual, gravidez, menopausa, ou à toma de pílulas anticoncepcionais, ou outras hormonas. É normal sentir que as mamas são um pouco irregulares, e não lisas. Também é comum que as mamas se apresentem inchadas e sensíveis, no período antes da menstruação.

Se notar algo não usual, durante o auto-exame da mama ou em qualquer outra altura, deve sempre contactar o médico, logo que possível.

A melhor altura para realizar o auto-exame da mama, é aproximadamente uma semana depois da menstruação (no fim do período menstrual). Se não tem uma menstruação regular, deverá realizar, preferencialmente, o auto-exame sempre no mesmo dia de cada mês.

Para realizar o auto-exame de forma correcta, deverá colocar-se de pé, em frente a um espelho, com os braços caídos ao longo do corpo. É importante estar relaxada e certificar-se de que pode fazer o auto-exame calmamente, sem interrupções.

  1. Compare as duas mamas, tendo em atenção a forma e o tamanho. Não é invulgar que uma mama seja maior que a outra. Verifique se as mamas apresentam nódulos ou saliências; observe se houve alguma mudança no tamanho ou aspecto das mamas (como sejam a formação de rugas ou pregas, depressões ou descamação da pele). Verifique se os mamilos estão normais (ou, pelo contrário, se estão retraídos ou escondidos). No mamilo, tente detectar a possível presença de nódulos, o aparecimento de algum tipo de secreção ou perda de líquido. Observe as mesmas características mas, agora, com os braços em diferentes posições.
  2. Levante o braço esquerdo. Examine a mama esquerda com a mão direita, pressionando com a ponta dos dedos. Palpe a mama esquerda, de forma minuciosa e calma. Comece pela extremidade exterior, realizando movimentos circulares. Palpe toda a mama. Examine, também, a área próxima da axila, passando pela clavícula, bem como a zona abaixo da mama.
  3. Pressione, suavemente, o mamilo e verifique se existe algum tipo de secreção ou perda de líquido.
  4. Repita os passos 2 e 3 mas, agora, na mama direita.
  5. Repita os passos 2 e 3 nas duas mamas, deitada. Deve deitar-se de costas, com o braço sobre a cabeça e colocando uma almofada (ou uma toalha dobrada) sob o ombro do lado da mama que vai examinar.

Esta posição é favorável a um bom exame da mama.

É importante, lembrar que o auto-exame da mama não substitui a mamografia regular de rastreio.


SINAIS E SINTOMAS DO CANCRO DA MAMA

O cancro da mama pode causar alterações físicas visíveis, que devem ser observadas com atenção:

  • Qualquer alteração na mama ou no mamilo, quer no aspecto quer na palpação;
  • Qualquer nódulo ou espessamento na mama, perto da mama ou na zona da axila;
  • Sensibilidade no mamilo;
  • Alteração do tamanho ou forma da mama;
  • Retracção do mamilo (mamilo virado para dentro da mama);
  • Pele da mama, aréola ou mamilo com aspecto escamoso, vermelho ou inchado; pode apresentar saliências ou reentrâncias, de modo a parecer "casca de laranja".
  • Secreção ou perda de líquido pelo mamilo.

Apesar dos estadios iniciais do cancro não causarem dor, se sentir dor na mama ou qualquer outro sintoma que não desapareça, deve consultar o médico. Na maioria das vezes, estes sintomas não estão associados a cancro, mas é importante ser vista pelo médico, para que qualquer problema possa ser diagnosticado e tratado atempadamente.

FORMAS DE DIAGNÓSTICO DO CANCRO DA MAMA

Se tiver uma alteração na mama, o médico deverá determinar qual a sua causa (ou etiologia): pode não ser cancro. Neste caso, deverá fazer um exame físico. O médico irá fazer perguntas relacionadas com a história clínica e familiar. Se tiver realizado alguma mamografia ou outro exame imagiológico, com imagens dos tecidos internos da mama, deverá levá-los e mostrar ao médico. Depois de avaliar estes exames, o médico poderá decidir que não são necessários quaisquer exames adicionais, nem mesmo tratamento. No entanto, pode precisar de fazer uma biópsia, para verificar se na zona suspeita existem células cancerígenas.


EXAME CLÍNICO DA MAMA


O médico palpa cada uma das mamas, procurando a possível presença de nódulos ou gânglios, e verifica se há outros problemas. Se a mulher tiver um nódulo na mama, o médico deverá conseguir caracterizá-lo através da palpação (pelo tacto), sentindo o nódulo e a pele à sua volta. Na palpação, os nódulos benignos são diferentes dos cancerígenos. O médico pode verificar o tamanho, a forma, e a textura do nódulo, e sentir se este se move facilmente. Os gânglios que se apresentam macios, lisos, redondos e móveis são, provavelmente, benignos. Um nódulo duro, com forma estranha e irregular, que se sente bem preso (ou fixo) dentro da mama é, provavelmente, cancro.

MAMOGRAFIA DE DIAGNÓSTICO

A mamografia de diagnóstico é constituída por imagens de raio-X da mama, para que sejam obtidas imagens mais claras e detalhadas de qualquer área que pareça suspeita ou anormal.

ECOGRAFIA (ULTRASONOGRAFIA)

Através de ondas de som de alta-frequência, a ecografia (ultrasons) pode, frequentemente, mostrar se um nódulo é um quisto, cheio de líquido, ou uma massa sólida que pode, ou não, ser cancerígena. O médico vê estas imagens num monitor. Após o exame, as imagens podem ser impressas ou gravadas em vídeo. Este exame pode ser usado em conjunto com a mamografia, como complemento imagiológico.

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

Na ressonância magnética (RM), liga-se um potente íman a um computador, para que sejam produzidas imagens mais detalhadas dos tecidos internos da mama. O médico vê estas imagens num monitor ou pode gravá-las em filme. A RM pode ser usada em conjunto com a mamografia.

BIÓPSIA

Muitas vezes é necessário retirar tecido ou líquido da mama, para ajudar o médico a perceber se é um cancro. A este procedimento chamamos biópsia. Para efectuar uma biópsia, o médico pode recomendar uma consulta com um cirurgião ou um médico especializado em doenças da mama.

Por vezes, uma área suspeita, visível numa mamografia, não é palpável (sentida) no exame clínico da mama. O médico poderá usar aparelhos que fornecem imagens, para ver a área onde será retirado o tecido. Estes procedimentos incluem a biópsia guiada por ultra-sons, com agulha localizada ou estereotáxica.

Os médicos podem retirar células ou tecido da mama, recorrendo a diferentes métodos:

  • Aspiração com agulha fina: o médico usa uma agulha fina para remover líquido e/ou células de um nódulo na mama, que deverá ser analisado num laboratório, onde um patologista usa um microscópio para procurar células cancerígenas.
  • Biópsia "Core": o médico usa uma agulha para remover tecido mamário. Um patologista analisa o tecido, para ver se tem células cancerígenas; este procedimento é, também, chamado microbiópsia.
  • Biópsia cirúrgica: numa biópsia incisional, o cirurgião remove uma amostra de um nódulo ou de uma zona anormal. Se for uma biópsia excisional, o cirurgião remove completamente o nódulo ou a zona anormal. Posteriormente, um patologista analisa o tecido retirado, para ver se tem células cancerígenas.

Se existirem células cancerígenas, o patologista pode, então, caracterizar o tipo de cancro. O tipo de cancro da mama mais comum é o carcinoma ductal: tem início no interior dos ductos (canais de passagem do leite). Outro tipo de cancro da mama é o carcinoma lobular: tem início nos lóbulos (locais onde se forma e armazena o leite).

Se precisar de fazer uma biópsia, pode ter diversas perguntas para colocar ao médico:

  • Que tipo de biópsia vou fazer? Porquê?
  • Quanto tempo irá demorar? Estarei acordada? Vai doer? Serei anestesiada? Qual será o tipo de anestesia?
  • Quando irei saber os resultados?
  • Existem alguns riscos? Quais são as hipóteses de infecção ou sangramento, após a biópsia?
  • Se eu tiver cancro, quem irá falar comigo acerca do tratamento? Quando?

EXAMES ADICIONAIS

Se o diagnóstico for cancro, o médico poderá pedir testes laboratoriais especiais, no tecido que foi removido. Os resultados destes testes irão ajudar o médico a saber mais sobre o cancro e a planear adequadamente o tratamento.

Todas as mulheres com cancro da mama irão fazer o teste dos receptores hormonais. Esta informação é relevante para saber se o cancro necessita de hormonas (estrogénios ou progesterona) para se desenvolver. Os resultados podem condicionar a escolha e planeamento do tratamento.

Na amostra do tecido mamário deverá, também, ser analisado e pesquisado o aumento (ou sobre-expressão) do receptor-2 para o factor de crescimento epidérmico humano (HER2) - receptor existente na membrana das células tumorais, também designado gene HER2/neu . Esta alteração corresponde a um sub-tipo específico de cancro da mama, denominado cancro da mama HER2 positivo (HER2+); este aumento é detectado, nos tecidos, por uma técnica laboratorial. O cancro da mama HER2+ está associado a maior agressividade da doença. Existe uma terapêutica (com um anticorpo monoclonal) específica para as células HER2+

O TRATAMENTO DO CANCRO DA MAMA

Muitas mulheres com cancro da mama, querem saber toda a informação possível sobre a sua doença e métodos de tratamento. Querem participar nas decisões relativas ao seu estado de saúde e cuidados médicos de que necessitam. Saber mais acerca da doença, ajuda a colaborar e reagir positivamente.

O choque e o stress que se seguem a um diagnóstico de cancro da mama, podem tornar difícil pensar em todas as perguntas e dúvidas que quer esclarecer com o médico. Muitas vezes, é útil elaborar, antes da consulta, uma lista das perguntas a colocar ao médico.

O médico pode aconselhar a consulta com um médico especialista que trate cancro da mama: cirurgião, oncologista, ginecologista, radioterapeuta e cirurgião plástico. Pode ter um médico especialista para cada tipo de tratamento.

O tratamento começa, geralmente, poucas semanas após o diagnóstico de cancro da mama. Regra geral, tem tempo para falar com o médico sobre as opções de tratamento e, se considerar necessário, ouvir uma segunda opinião, para saber mais acerca do seu cancro da mama, antes de tomar qualquer decisão sobre o tratamento.

OUVIR UMA SEGUNDA OPINIÃO

Antes de começar o tratamento, pode querer ouvir uma segunda opinião, acerca do diagnóstico e das opções de tratamento. Poderá precisar de algum tempo e esforço adicional, para juntar os registos médicos (filmes das mamografias, lâminas da biópsia , relatório patológico e plano de tratamentos proposto) e marcar uma consulta com outro médico. Em geral, mesmo que demore algumas semanas até ouvir uma segunda opinião, o tratamento não se torna menos eficaz.

CANCRO DA MAMA: TRATAMENTOS DISPONÍVEIS

As mulheres com cancro da mama têm várias opções de tratamento. Estes tratamentos incluem cirurgia, quimioterapia, radioterapia, terapêutica hormonal e terapêuticas dirigidas.

Na maioria dos casos, o factor mais importante, na escolha do tratamento, é o estadio da doença.

Muitas mulheres recebem mais do que um tipo de tratamento. Adicionalmente, em qualquer estadio da doença podem ser administrados medicamentos para controlar a dor e outros sintomas do cancro, bem como para aliviar os possíveis efeitos secundários do tratamento. Estes tratamentos são designados como tratamentos de suporte, para controlo dos sintomas ou cuidados paliativos.

O tratamento para o cancro pode ser local ou sistémico:

  • Tratamento local: a cirurgia e a radioterapia são tratamentos locais: removem ou "destroem" as células do cancro na mama. Se o cancro da mama tiver metastizado para outras partes do corpo, a terapêutica local pode ser usada apenas para controlar a doença, nessa área específica, mas em mais nenhum local.
  • Tratamento sistémico: quimioterapia, terapêutica hormonal e terapêuticas dirigidas, também chamadas terapêuticas alvo (nos quais se incluem os anticorpos monoclonais, ou terapêuticas com pequenas moléculas); estes tratamentos "entram" na corrente sanguínea e "destroem" ou controlam o cancro, em todo o corpo. Algumas mulheres com cancro da mama podem, ainda, receber terapêutica sistémica para diminuir o tamanho do tumor, antes da cirurgia ou da radioterapia, para que a intervenção seja menos extensa - tratamento neo-adjuvante. Outras, recebem terapêutica sistémica após a cirurgia e/ou radioterapia, para prevenir que alguma célula cancerígena tenha permanecido e seja responsável pelo retorno do cancro. Os tratamentos sistémicos também são usados no cancro metastizado.

A maioria das mulheres quer saber de que forma o tratamento poderá alterar as suas actividades diárias normais, e como vai ficar a sua aparência, durante e após o tratamento. O médico é a pessoa indicada para lhe dar toda a informação relacionada com a escolha dos tratamentos, possíveis efeitos secundários e resultados esperados com o tratamento. Cada mulher deverá desenvolver, com o seu médico, um plano de tratamento que seja compatível, dentro do possível, com as suas necessidades, valores pessoais e estilo de vida.

Antes de iniciar o tratamento, pode querer colocar algumas questões ao médico:

  • Quais as opções possíveis de tratamento? O que recomenda para o meu caso específico? Porquê?
  • Quais os benefícios esperados com cada tipo de tratamento?
  • Quais os riscos e possíveis efeitos secundários de cada tratamento?
  • Quanto irá custar o tratamento? Este tratamento estará coberto pela minha apólice de seguro?
  • Em que medida irá o tratamento afectar as minhas actividades normais?
  • No meu caso específico, seria adequada a participação num ensaio clínico?

Se não colocar todas as questões de uma vez, não fique preocupada; terá outras ocasiões para o fazer, e para pedir ao médico que lhe explique qualquer tema que não esteja claro e pedir mais informações.

CIRURGIA

No cancro da mama, a cirurgia é o tratamento mais comum. Existem vários tipos de cirurgia; o médico explicar-lhe-á cada tipo de cirurgia, analisando benefícios e riscos, e descrever o impacto físico de cada abordagem, na mulher.

  • Cirurgia conservadora: nesta cirurgia, é removido o cancro, e não a mama toda; pode ser uma tumorectomia, uma mastectomia segmentar ou uma mastectomia parcial.
    Muitas vezes o cirurgião remove, também, os gânglios linfáticos axilares, para ver se as células cancerígenas entraram já no sistema linfático. O procedimento para remover estes gânglios chama-se dissecção ou esvaziamento dos gânglios linfáticos axilares.
    Depois de uma cirurgia conservadora, a maioria das mulheres faz radioterapia, na mama operada, para destruir qualquer célula cancerígena que possa, ainda, ter ficado, depois da cirurgia.
  • Mastectomia: nesta cirurgia, é removida toda a mama. Na maioria dos casos, o cirurgião remove, também, os gânglios linfáticos axilares. Depois da cirurgia, pode fazer radioterapia.

Para o cancro da mama em estadio I e II (localizado ou localmente avançado), verificou-se que a taxa de sobrevivência é igual, para a cirurgia conservadora (com radioterapia) e mastectomia.

Existe um novo método para detecção de células cancerígenas nos gânglios linfáticos, chamado biópsia do gânglio sentinela: nesta operação, um cirurgião especialmente treinado remove apenas alguns gânglios linfáticos, em vez de remover um número muito superior de gânglios axilares, diminuindo a possibilidade de desenvolver edema linfático; o gânglio sentinela é o primeiro gânglio para onde as células cancerígenas provavelmente metastizaram sendo, por isso, chamado de gânglio “sentinela”.

Na cirurgia conservadora (mantém a mama), o cirurgião remove o tumor e algum tecido em volta; por vezes, uma biópsia excisional, onde há remoção de todo o tumor, serve como tumorectomia. Ocasionalmente pode, ainda, ser removido algum revestimento dos músculos peitorais, subjacentes ao tumor. Regra geral são removidos alguns gânglios linfáticos axilares.

Na mastectomia radical modificada, o cirurgião remove toda a mama, a maioria ou mesmo todos os gânglios linfáticos axilares e, frequentemente, o revestimento sobre os músculos torácicos.

Antes da cirurgia, pode querer colocar algumas questões ao médico:

  • Que tipo de cirurgia poderá ser considerada, no meu caso específico? A cirurgia conservadora, que mantém a mama, é uma opção para mim?
  • Quais são os riscos da cirurgia?
  • Os meus gânglios linfáticos serão removidos? Quantos? Porquê? Quais as possíveis consequências da remoção dos gânglios?
  • Como me irei sentir depois da operação? Quanto tempo vou ficar hospitalizada?
  • Vou precisar de ter cuidados especiais? Como deverei tratar a minha incisão, ou cicatriz, quando for para casa?
  • Onde serão as cicatrizes? Como será o seu aspecto?
  • Se eu decidir fazer uma cirurgia plástica, para reconstrução da minha mama, como e quando poderei fazê-lo? Pode sugerir-me um cirurgião?
  • Terei que fazer exercícios especiais, para ajudar a recuperar os movimentos e ganhar força, no braço e ombro? Deverei consultar um fisioterapeuta ou uma enfermeira para me ensinarem a fazer os exercícios?
  • Quando poderei voltar à minha actividade normal? Que tipo de actividades deverei evitar?

Haverá alguém com quem eu possa falar, que tenha feito a mesma cirurgia que eu vou fazer?

Pode querer fazer uma reconstrução da mama, ou seja, uma cirurgia plástica para "refazer" a forma da mama: esta poderá ser feita em simultâneo com a mastectomia, ou mais tarde. Se considerar fazer a reconstrução da mama, pode querer falar com um cirurgião plástico, antes de fazer a mastectomia.

RADIOTERAPIA

A radioterapia, ou terapêutica por radiações, consiste na utilização de raios altamente energéticos para matar as células cancerígenas. Faz-se, geralmente, depois de uma cirurgia conservadora da mama. Por vezes, dependendo da dimensão do tumor e de outros factores, a radioterapia pode também ser usada depois da mastectomia. A radiação destrói as células do cancro da mama que possam ainda ter ficado, depois da cirurgia.

Algumas mulheres fazem radioterapia antes da cirurgia, para destruir células cancerígenas e diminuir o tamanho do tumor, ou seja, em contexto "neo-adjuvante"; esta situação é mais utilizada quando o tumor é grande ou a sua remoção por cirurgia não é fácil. Nestes casos, podem fazer apenas radioterapia (monoterapia), ou podem fazer radioterapia com quimioterapia ou terapêutica hormonal.

Para tratar o cancro da mama, os médicos usam dois tipos de radioterapia:

  • Radiação externa: a radiação provém de uma máquina. Para a radioterapia externa, a mulher com cancro da mama vai para um hospital ou clínica. Geralmente, os tratamentos são realizados durante 5 dias por semana, durante várias semanas.
  • Radiação interna (radiação por implante ou braquiterapia): a radiação provém de material radioactivo contido em finos tubos de plástico, colocados directamente na mama. Para fazer radiação por implante, a doente fica no hospital. Os implantes permanecem no local, ou seja, na mama, durante vários dias; são retirados antes de ir para casa.

Algumas mulheres com cancro da mama fazem os dois tipos de radioterapia.

Antes da radioterapia, pode querer colocar algumas questões ao médico:

  • Porque é que preciso de fazer este tratamento?
  • Quais são os benefícios, riscos e efeitos secundários deste tratamento? Irá afectar a minha pele?
  • Poderá haver efeitos a longo prazo?
  • Quando será iniciado o tratamento? Como iremos saber se o tratamento está a ser eficaz? Quando termina o tratamento?
  • Como irei sentir-me durante o tratamento? Vou conseguir deslocar-me pelos meus próprios meios para o tratamento?
  • Que cuidados deverei ter antes, durante e após a radioterapia?
  • Posso continuar com as minhas actividades normais?
  • Como será o aspecto da minha mama depois da radioterapia?
  • Qual é a possibilidade de voltar a ter cancro na mesma mama?
  • Com que frequência terei que fazer exames?

QUIMIOTERAPIA

A quimioterapia consiste na utilização de fármacos para matar as células cancerígenas. A quimioterapia para o cancro da mama é constituída, geralmente, por uma associação de fármacos. Os fármacos podem ser administrados oralmente, sob a forma de comprimidos, ou através de uma injecção intravenosa (i.v.), na veia. Em qualquer das situações, os fármacos entram na corrente sanguínea e circulam por todo o organismo - terapêutica sistémica.

A maioria das pessoas com cancro da mama fazem quimioterapia em regime de ambulatório (no hospital, no consultório do médico ou em casa), ou seja, não ficam internadas no hospital. No entanto, algumas podem precisar de ficar no hospital, enquanto fazem a quimioterapia.

TERAPÊUTICA HORMONAL

A terapêutica hormonal impede que as células cancerígenas "tenham acesso" às hormonas naturais do nosso organismo - estrogénios e progesterona - que necessitam para se desenvolverem. Se os testes laboratoriais demonstrarem que o cancro da mama tem receptores hormonais, ou seja, que é "positivo para os receptores hormonais", pode fazer terapêutica hormonal. Tal como a quimioterapia, a terapêutica hormonal pode afectar as células de todo o organismo, pois tem actividade sistémica.

Na terapêutica hormonal são utilizados medicamentos que bloqueiam os receptores hormonais. Para além destes medicamentos, se ainda não estiver na menopausa, poderá fazer uma cirurgia para remoção dos ovários; os ovários são a principal fonte de produção de estrogénios do organismo (depois da menopausa, esta produção declina naturalmente, não sendo necessária a cirurgia)

TERAPÊUTICAS DIRIGIDAS

As terapêuticas dirigidas incluem os anticorpos monoclonais e terapêuticas com pequenas moléculas (como os inibidores da tirosina cinase). Estes medicamentos identificam alvos nas células cancerígenas ou substâncias normais que ajudam o crescimento das mesmas. Assim, atacam especificamente esses alvos, bloqueando o crescimento das células malignas e travando assim a sua disseminação, sem prejudicar as células normais, daí serem chamadas de terapêuticas dirigidas ou terapêuticas alvo.

As células cancerígenas necessitam de um fornecimento constante de sangue, para receberem oxigénio e nutrientes que garantam a sua sobrevivência. Para tal, ocorre a formação de vasos sanguíneos, um processo chamado de angiogénese. Há terapêuticas biológicas, como os anticorpos anti angiogénicos, que podem bloquear a formação destes vasos sanguíneos que alimentam o tumor.

Existe um sub-tipo específico de cancro da mama (consultar a área “diagnóstico”, secção ”Exames adicionais”), denominado cancro da mama HER2 positivo (HER2+), correspondente a um aumento ou sobre-expressão do receptor HER2 existente na membrana das células tumorais. As mulheres com cancro da mama HER2+ podem ser tratadas com um anticorpo monoclonal específico para as células cancerígenas HER2+; ao bloquear os receptores HER2, este tratamento pode tornar mais lento, ou mesmo parar, o crescimento das células cancerígenas. Outro tipo de tratamento para o cancro da mama HER2 positivo inclui os inibidores da tirosina cinase, que podem também abrandar ou impedir o crescimento das células cancerígenas.

Antes de iniciar qualquer terapêutica sistémica, como a quimioterapia, hormonoterapia ou terapêuticas dirigidas, pode querer colocar algumas questões ao médico:

  • Porque é que preciso de fazer este tratamento?
  • Que tratamentos / medicamentos vou tomar? Qual o seu efeito?
  • Se preciso de tratamento hormonal, será melhor tomar medicamentos ou fazer uma cirurgia (para remoção dos ovários)?
  • Quando irei iniciar o tratamento? Quando termina?
  • Quais os benefícios esperados do tratamento? Como vamos saber se o tratamento está a ser eficaz?
  • Quais os riscos e possíveis efeitos secundários deste tratamento? O que posso fazer relativamente a essa questão? Quais os efeitos secundários que deverei partilhar consigo? Deverei fazer um registo detalhado dos efeitos que sentir? Poderá haver efeitos secundários a longo prazo?
  • Onde irei fazer o tratamento? Serei capaz de voltar para casa pelos meus próprios meios? Vou precisar de ficar no hospital?
  • Como é que o tratamento vai afectar as minhas actividades normais?
  • Acha que seria adequado participar num ensaio clínico?
  • Que cuidados terei que ter, depois dos tratamentos?


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ABORTO E TUMOR

Uma análise combinada de 23 estudos indica que o aborto provocado pode aumentar ligeiramente o risco de uma mulher desenvolver posteriormente um cancro da mama. O aumento, à volta dos 30%, é, mesmo assim, consideravelmente menor daquele que deriva, por exemplo, de antecedentes familiares do cancro da mama ou de atrasar o primeiro parto para depois dos 30 anos.


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VERÃO NOVO, CREME NOVO

Se ainda tem embalagem de protector solar do ano passado, o mais prudente será substituí-la por uma embalagem nova. Com o passar do tempo e devido à acção da temperatura ambiente, o índice do filtro solar pode diminuir. O creme deixa de conferir à pele a protecção esperada contra os raios solares. O melhor será, pois, comprar um protector solar novo (pergunte ao vendedor se o produto é deste ano) e, se for caso disso, usar o antigo como creme hidratante, por exemplo, quando chegar da praia.


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Cancro da Bexiga

As pessoas que desenvolvem cancro da bexiga têm maior probabilidade de apresentar determinados factores de risco. Um factor de risco é algo que aumenta a possibilidade de vir a desenvolver uma doença.
A partir dos estudos realizados, foi possível definir os seguintes factores de risco para o cancro da bexiga:
• Idade. A probabilidade de desenvolver cancro da bexiga aumenta com a idade. As pessoas com menos de 40 anos raramente manifestam esta doença.
• Tabagismo. O tabaco é um dos principais factores de risco. Os fumadores de cigarros têm uma probabilidade duas a três vezes superior de desenvolver cancro da bexiga do que os não fumadores. Os fumadores de cachimbo e charutos apresentam também um risco acrescido.
• Profissão. Alguns profissionais estão em maior risco de desenvolver cancro da bexiga devido à presença de carcinogénios no local de trabalho. Os trabalhadores da indústria da borracha, química e das peles são grupos de risco, assim como os cabeleireiros, maquinistas, operários metalúrgicos, tipógrafos, pintores, trabalhadores têxteis e camionistas.
• Infecções. Estar infectado com determinados parasitas aumenta o risco de cancro da bexiga. Estes parasitas são mais frequentes em regiões tropicais.
• Tratamento com ciclofosfamida ou arsénico. Estes fármacos são utilizados no tratamento do cancro e de outras patologias e aumentam o risco de cancro da bexiga.
• Raça. Os indivíduos da raça caucasiana registam uma incidência de cancro da bexiga duas vezes superior à da raça afro-americana e hispânica. Os indivíduos da raça asiática apresentam a menor taxa de incidência.
• Sexo. Os homens têm uma probabilidade duas a três vezes superior de desenvolver cancro da bexiga do que as mulheres.
• Antecedentes familiares. As pessoas com familiares que tiveram cancro da bexiga têm maior probabilidade de desenvolver a doença. Os investigadores estão a estudar alterações em determinados genes que podem aumentar o risco de cancro da bexiga.
• Antecedentes pessoais de cancro da bexiga. As pessoas que já tenham tido cancro da bexiga têm maior probabilidade de desenvolver novamente a doença.

SINTOMAS
• Sangue na urina (a urina apresenta uma coloração que pode variar entre o avermelhado e o vermelho intenso);
• Dor durante a micção;
• Micção frequente, ou sensação de necessidade de urinar sem o conseguir.

DIAGNÓSTICO
Se uma pessoa apresentar sintomas que possam indiciar um cancro da bexiga, o médico deve verificar os sinais gerais de saúde e pode pedir a realização de análises laboratoriais A pessoa poderá ter de se submeter a um ou mais dos seguintes procedimentos:
• Exame físico. O médico palpa o abdómen e a pélvis, procurando a existência de um possível tumor O exame físico pode incluir um exame rectal ou vaginal.
• Análises à urina. O laboratório verifica a presença de sangue, células cancerígenas e outros sinais de doença na urina.
• Pielograma intravenoso. O médico injecta um contraste num vaso sanguíneo Este contraste junta-se à urina, fazendo com que a bexiga seja visível nos raios-X.
• Cistoscopia. O médico utiliza um tubo fino com iluminação (cistoscópio) para examinar directamente o interior da bexiga Seguidamente, insere o cistoscópio na bexiga através da uretra, a fim de examinar o revestimento da bexiga Para este exame pode ser necessário administrar anestesia. Com a ajuda do cistoscópio, o médico colhe amostras de tecido que serão, posteriormente, examinadas ao microscópio por um patologista À colheita de tecido para a pesquisa de células cancerígenas dá-se o nome de biópsia. Em muitos casos, a biópsia é a única forma segura de determinar a existência de cancro. Num pequeno número de doentes em que, durante a biópsia, é removida toda a zona afectada, o cancro da bexiga é diagnosticado e tratado num procedimento único.

ESTADIAMENTO
Depois de diagnosticado o cancro de bexiga, o médico deverá avaliar o estadio ou a extensão da doença, de modo a delinear o melhor tratamento. A determinação do estadio é uma pesquisa exaustiva, na tentativa de descobrir se o cancro invadiu a parede da bexiga, se a doença se disseminou e, se for esse o caso, para que partes do organismo.
O médico pode determinar o estadio de evolução do cancro da bexiga no momento do diagnóstico ou após a realização de exames adicionais, que podem incluir exames de imagiologia: TAC, ressonância magnética (RM), espectrograma, pielograma intravenoso, cintigrafia óssea ou raio-X torácico. Por vezes, só é possível determinar o estadio da doença durante a cirurgia.

CIRURGIA
A cirurgia é um tratamento comum no cancro da bexiga. O tipo de cirurgia depende muito do estadio e do grau do tumor. O médico pode explicar cada tipo de cirurgia e determinar qual a mais adequada para o doente:

Ressecção transuretral (RTU): o médico pode tratar cancros da bexiga em estadio precoce (superficiais) através da ressecção transuretral (RTU). Durante a RTU, é inserido um cistoscópio na bexiga através da uretra utilizando, depois, uma ferramenta com um pequeno arame em forma de anel na extremidade, para remover o cancro e queimar, através de corrente eléctrica, as células cancerígenas remanescentes; este procedimento é designado por fulguração. O doente pode ter de ser hospitalizado e necessitar de anestesia. Depois da RTU, os doentes podem ainda receber quimioterapia ou terapia biológica.

Cistectomia radical: nos cancros da bexiga invasivos, o tipo de cirurgia mais comum é a cistectomia radical. Os médicos optam por este tipo de cirurgia quando um cancro superficial afecta uma grande parte da bexiga. A cistectomia radical consiste na remoção total da bexiga, gânglios linfáticos adjacentes, parte da uretra e órgãos adjacentes que possam conter células cancerígenas. Nos homens, os órgãos adjacentes removidos são a próstata, a vesícula seminal e parte dos canais deferentes. Nas mulheres, são removidos o útero, os ovários, as trompas de falópio e parte da vagina.

Cistectomia segmentar: nalguns casos, pode apenas ser removida parte da bexiga, através de um procedimento designado por cistectomia segmentar. Em geral, o médico opta por este tipo de cirurgia quando o cancro é de baixo grau e apenas invadiu uma parte da parede da bexiga.
Por vezes, quando o cancro já se disseminou para o exterior da bexiga e não pode ser completamente removido, o cirurgião remove a bexiga mas não tenta remover a totalidade do cancro. O cirurgião pode, ainda, não remover a bexiga mas criar uma outra via de saída da urina. O objectivo da cirurgia pode ser o de aliviar o bloqueio urinário ou outros sintomas causados pelo cancro.
Quando a totalidade da bexiga é removida, o cirurgião cria outro canal para a saída da urina. O doente pode usar um saco no exterior do corpo ou o cirurgião pode criar uma bolsa no interior do corpo, utilizando parte do intestino.

RADIOTERAPIA
A radioterapia (terapia por radiação) utiliza raios de alta energia para matar as células cancerígenas. À semelhança da cirurgia, a radioterapia é uma terapia local que apenas afecta as células cancerígenas na área tratada.
Alguns doentes podem receber radioterapia antes da cirurgia para reduzir a dimensão do tumor. Outros podem receber este tratamento após a cirurgia para matar as células cancerígenas que possam ter restado nessa área. Por vezes, a radioterapia substitui a cirurgia em doentes que não podem ser submetidos a procedimentos cirúrgicos.
São utilizados dois tipos de radioterapia para tratar o cancro da bexiga:
Radiação externa: a radiação é aplicada com um aparelho de grande dimensão que dirige a radiação para a área do tumor. A maioria das pessoas que recebe radiação externa é tratada 5 dias por semana durante 5 a 7 semanas, em regime de ambulatório. Esta calendarização ajuda a proteger células e tecidos saudáveis, uma vez que a dose total de radiação é distribuída ao longo de vários dias. O período de tratamento pode ser menor se a radiação externa for administrada juntamente com implantes radioactivos.
Radiação interna: é colocado um pequeno recipiente contendo uma substância radioactiva na bexiga através da uretra e da realização de uma incisão no abdómen. Durante este tratamento, o doente fica hospitalizado alguns dias. Para proteger as outras pessoas da exposição à radiação, os doentes não podem ter visitas ou só podem tê-las durante um curto período de tempo, enquanto o implante estiver aplicado. Uma vez removido o implante, não fica qualquer radioactividade no organismo. Alguns doentes com cancro da bexiga recebem os dois tipos de radioterapia.
Com que frequência terei de fazer exames médicos completos?

QUIMIOTERAPIA
A quimioterapia utiliza fármacos para matar as células cancerígenas. Pode ser utilizado apenas um fármaco ou uma combinação de fármacos.
Em doentes com cancro da bexiga superficial, o médico pode recorrer à quimioterapia intravesical, depois de remover o cancro por RTU. Trata-se de uma terapia local, em que é inserido um tubo (catéter) através da uretra de forma a introduzir fármacos líquidos na bexiga. Os fármacos permanecem na bexiga durante várias horas e afectam sobretudo as células da bexiga. Habitualmente, o tratamento realiza-se uma vez por semana, durante várias semanas. Por vezes, os tratamentos são administrados uma ou várias vezes por mês, durante um período que pode ir até um ano.
Se o cancro tiver invadido profundamente a bexiga ou se se tiver disseminado para os gânglios linfáticos ou outros órgãos, o médico pode administrar fármacos através de uma veia. Este tratamento é designado por quimioterapia intravenosa. Trata-se de uma terapêutica sistémica, o que significa que os fármacos circulam na corrente sanguínea, atingindo praticamente todas as regiões do organismo. Em geral, os fármacos são administrados em ciclos de tratamento, de modo a que haja um período de recuperação, a seguir a cada período de tratamento.
O doente pode receber apenas quimioterapia ou uma combinação com cirurgia, radioterapia ou ambas. Habitualmente, a quimioterapia é administrada num hospital, clínica ou consultório médico, em regime de ambulatório. Contudo, dependendo dos fármacos administrados e do estado geral de saúde, o doente pode necessitar de ser hospitalizado por um curto período.

IMUNOTERAPIA
Terapia biológica (também designada por imunoterapia): utiliza as capacidades naturais do organismo (sistema imunitário) para combater o cancro. A terapia biológica é utilizada mais frequentemente depois de RTU e em caso de cancro superficial da bexiga; ajuda a prevenir recidivas do cancro. O médico pode recorrer à terapia biológica intravesical com solução BCG. A solução BCG contém bactérias vivas e enfraquecidas. As bactérias estimulam o sistema imunitário para matar as células cancerígenas na bexiga. É utilizado um catéter para introduzir a solução na bexiga. O doente deverá manter a solução na bexiga durante cerca de 2 horas. Em geral, o tratamento com BCG realiza-se uma vez por semana, durante 6 semanas.

EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSIVEIS
Tendo em conta que o tratamento do cancro pode danificar células e tecidos saudáveis, podem ocorrer, por vezes, efeitos indesejáveis. Estes efeitos dependem de vários factores, designadamente do tipo e extensão do tratamento. Os efeitos adversos podem não ser os mesmos para todas as pessoas e podem, inclusivamente, variar entre as diversas sessões de tratamento. Os médicos e enfermeiros irão explicar quais os possíveis efeitos do tratamento e como lidar com eles.

Cirurgia
Alguns dias depois da ressecção transuretral (RTU), os doentes podem apresentar sangue na urina e dificuldade ou dor na micção. Tirando isso, a RTU, por norma, causa poucos problemas.
Depois da cistectomia, a maioria dos doentes sente desconforto nos primeiros dias. Contudo, existem medicamentos que ajudam a controlar a dor. Os doentes devem conversar com o médico ou enfermeiro sobre soluções para aliviar a dor. Também é comum sentir cansaço ou fraqueza durante algum tempo. O período de tempo para a recuperação de uma operação varia de pessoa para pessoa.
Depois de uma cistectomia segmentar, os doentes podem não ter capacidade para reter a mesma quantidade de urina na bexiga do que anteriormente, pelo que sentirão necessidade de urinar com maior frequência. Na maioria dos casos, este problema é temporário, embora alguns doentes possam apresentar alterações mais duradouras ao nível do volume de urina que conseguem reter.
Nos casos em que a bexiga é removida por cirurgia, é necessário proceder a novas formas de armazenar e expelir a urina. Num método comum, o cirurgião utiliza uma porção do intestino delgado do doente para formar um novo tubo através do qual a urina possa passar. O cirurgião liga uma das extremidades do tubo aos ureteres e a outra extremidade a uma nova abertura na parede do abdómen. Esta abertura tem o nome de estoma. Sobre o estoma é encaixado um saco achatado, para recolher a urina, que é fixado com um adesivo especial. A operação para criar o estoma é designada por urostomia ou ostomia. Na secção “Reabilitação” encontrará mais informações sobre os cuidados a ter com o estoma.
Em alguns doentes, o médico consegue utilizar uma parte do intestino delgado para criar, no interior do corpo, uma bolsa de depósito (designada por bolsa continente). A urina é recolhida na bolsa em vez de ir para o saco. O cirurgião liga a bolsa à uretra ou ao estoma. Se a bolsa for ligada ao estoma, o doente deverá utilizar um catéter para drenar a urina.
A cirurgia do cancro da bexiga pode afectar a função sexual do doente. Considerando que numa cistectomia radical são removidos o útero e os ovários, deixará de ser possível a doente engravidar. Além disso, a menopausa “surge” imediatamente. Os afrontamentos e outros sintomas da menopausa causados pela cirurgia podem ser mais intensos do que numa menopausa natural. Muitas mulheres recebem terapia hormonal de substituição (THS) para aliviar estes problemas. Se, durante a cistectomia radical, for removida parte da vagina, pode haver dificuldade nas relações sexuais.
Anteriormente, depois de uma cistectomia radical, quase todos os homens ficavam impotentes. No entanto, o aperfeiçoamento da cirurgia tornou possível evitar este problema nalguns homens. Os homens aos quais tenham sido removidas a glândula prostática e as vesículas seminais deixam de produzir sémen, passando a ter orgasmos secos. Os homens que desejarem ser pais podem optar por conservar o esperma num banco de esperma, antes da cirurgia, ou proceder a uma recuperação do esperma, após a cirurgia.
É natural que o doente tenha preocupações relativamente aos efeitos da cirurgia do cancro da bexiga na sexualidade. Os doentes poderão querer conversar com o médico sobre os possíveis efeitos secundários e a sua provável duração. Independentemente das perspectivas, os doentes e seus parceiros devem falar sobre os seus sentimentos e ajudar-se mutuamente de forma a descobrir novas formas de viver a intimidade, durante e após o tratamento.

Radioterapia
Os efeitos secundários da radioterapia dependem, sobretudo, da dose do tratamento e da região a tratar. Na generalidade, os doentes ficam muito cansados durante a radioterapia, sobretudo nas últimas semanas de tratamento. O repouso é fundamental, embora os médicos recomendem aos doentes que se mantenham tão activos quanto possível.
A radiação externa pode escurecer ou dar um tom “bronzeado” à pele na região tratada. A maioria dos doentes perdem o cabelo/pêlos na região tratada e a pele fica avermelhada, seca, sensível, podendo causar algum prurido. Estes problemas são temporários e podem ser aliviados.
A radioterapia na região do abdómen pode provocar náuseas, vómitos, diarreia ou desconforto urinário. O médico pode sugerir medicamentos destinados a atenuar estes problemas.
A radioterapia pode, ainda, provocar uma diminuição do número de glóbulos brancos, ou seja, das células que protegem o organismo contra infecções. Se a contagem sanguínea for baixa, o médico ou o enfermeiro pode recomendar formas de evitar contrair uma infecção. Além disso, o doente pode suspender o tratamento com radioterapia até se registar uma melhoria na contagem sanguínea. O médico controlará regularmente a contagem sanguínea do doente e, se necessário, fará alterações ao programa de tratamento.
O tratamento do cancro da bexiga por radiação pode afectar a sexualidade, tanto no homem como na mulher. As mulheres podem sentir secura vaginal, ao passo que os homens podem sentir dificuldades em termos de erecção.
Embora os efeitos secundários da radioterapia possam ser penosos, é possível tratá-los ou controlá-los.
Na maioria dos casos, os efeitos secundários são transitórios.

Quimioterapia
Os efeitos secundários da quimioterapia dependem sobretudo dos fármacos e da dose que os doentes recebem, bem como da forma como são administrados. Além disso, tal como nos outros tipos de tratamento, os efeitos secundários variam de doente para doente.
Os fármacos anti-neoplásicos que são introduzidos na bexiga causam irritação e algum desconforto ou hemorragia durante alguns dias após o tratamento. Alguns fármacos podem causar erupções cutâneas quando entram em contacto com a pele ou órgãos genitais.
A quimioterapia sistémica ataca as células em divisão rápida, inclusivamente as células sanguíneas. As células sanguíneas combatem as infecções, ajudam o sangue a coagular e transportam oxigénio a todo o organismo. Quando os fármacos anti-neoplásicos danificam células sanguíneas saudáveis, os doentes ficam mais susceptíveis a infecções, equimoses ou hemorragias e podem ter menos energia. As células da raiz do cabelo e as que revestem internamente o tracto digestivo também se dividem rapidamente. Como tal, os doentes podem perder o cabelo e manifestar outros efeitos secundários tais como perda de apetite, náuseas e vómitos ou feridas na boca. Regra geral, estes efeitos secundários desaparecem gradualmente durante os períodos de recuperação entre tratamentos ou após o tratamento terminar.
Alguns fármacos utilizados no tratamento do cancro da bexiga podem causar lesões a nível renal. Para proteger os rins, os doentes necessitam de ingerir muitos líquidos. Podem ser administrados ao doente líquidos por via intravenosa, antes e depois do tratamento. O doente pode necessitar também de beber muitos líquidos durante o tratamento com estes fármacos.
Alguns fármacos anti-neoplásicos podem ainda causar formigueiro nos dedos, zumbidos nos ouvidos ou perda de audição. Estes problemas poderão desaparecer após o tratamento terminar.

Terapia Biológica
A terapia com BCG pode causar irritação na bexiga. Os doentes podem sentir uma necessidade urgente e frequente de urinar, ou ainda, dores sobretudo ao urinar e cansaço. Alguns doentes podem ter sangue na urina, náuseas, febre baixa ou arrepios

A REABILITAÇÃO APÓS O TRATAMENTO
A reabilitação é uma etapa muito importante no tratamento do cancro. A equipa de cuidados de saúde faz tudo ao seu alcance para ajudar o doente a retomar o mais rapidamente possível a sua actividade normal.
Os doentes com estoma têm de aprender a cuidar do mesmo e podem beneficiar da ajuda de terapeutas especializados ou de enfermeiros. Estes técnicos visitam frequentemente os doentes antes da cirurgia, a fim de esclarecer as suas expectativas. Ensinam aos doentes quais os cuidados a ter consigo próprios e com os seus estomas após a cirurgia.
Estes técnicos conversam com os doentes sobre questões relacionadas com o estilo de vida, designadamente preocupações de ordem emocional, física e sexual. Muitas vezes, podem dar informações úteis sobre recursos e grupos de apoio.

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Cancro

No mundo inteiro, milhões de pessoas vivem com o diagnóstico de cancro.

A investigação constante, numa área de intervenção tão importante como o cancro é, inquestionavelmente, necessária. Cada vez se sabe mais sobre as suas causas, sobre a forma como se desenvolve e cresce, ou seja, como progride. Estão, também, a ser estudadas novas formas de o prevenir, detectar e tratar, tendo sempre em atenção a melhoria da qualidade de vida das pessoas com cancro, durante e após o tratamento.

O cancro é a proliferação anormal de células.

O cancro tem início nas células; um conjunto de células forma um tecido e, por sua vez, os tecidos formam os órgãos do nosso corpo. Normalmente, as células crescem e dividem-se para formar novas células. No seu ciclo de vida, as células envelhecem, morrem e são substituídas por novas células.

Algumas vezes, este processo ordeiro e controlado corre mal: formam-se células novas, sem que o organismo necessite e, ao mesmo tempo, as células velhas não morrem. Este conjunto de células extra forma um tumor mas, nem todos os tumores correspondem a cancro.

Nos países da Europa e América do Norte o cancro mais frequente no homem tem sido o da próstata e o cancro mais mortal no homem tem sido o do pulmão; o cancro mais frequente na mulher é o da mama e o cancro mais mortal na mulher é o do pulmão.

O tempo é determinante no combate ao cancro. Informe-se e, pela sua saúde, consulte o médico quando suspeitar dessa situação. Quanto mais cedo for detectado, maior a probabilidade de cura do cancro.



Visita ao Laboratório da Crioestaminal

Visita ao Laboratório da Crioestaminal

Peditório para a Liga Portuguesa Contra o Cancro

Peditório para a Liga Portuguesa Contra o Cancro
Este é o único comprovativo do grupo a dizer a quantia do peditório que realizamos.

Foto de grupo aquando do peditório.