Em Portugal, o cancro da próstata é o tipo de cancro mais importante e frequente no homem.
SINAIS
• Idade: esta doença é rara em homens com menos de 45 anos, embora a probabilidade aumente exponencialmente com o avanço da idade. A maioria dos homens com este cancro, tem mais de 65 anos.
• História familiar: o risco de um homem ter cancro da próstata, é mais elevado do que a média, se o seu pai ou irmão tiveram a doença.
• Raça: este cancro é mais comum nos homens de raça negra, do que de raça branca. É menos comum entre os homens asiáticos e os índios americanos.
• Determinadas alterações da próstata: apresentar células anómalas, chamadas neoplasia intra-epitelial da próstata de grau elevado, pode aumentar o risco de cancro da próstata.
DETECÇÃO
Primeiro que nada deve-se fazer um rastreio. O seu médico poderá dar informações adicionais sobre esse rastreio:
Toque rectal (exame rectal digital): depois de colocar umas luvas, o médico insere um dedo lubrificado dentro do recto, e palpa a próstata, através da parede rectal, para verificar se detecta zonas duras ou granulosas.
Análise clínica para o antigénio específico da próstata (PSA): através de uma análise laboratorial, verifica-se o nível de PSA numa amostra de sangue do homem. Um nível elevado de PSA é, geralmente, causado por HBP ou prostatite (inflamação da próstata). Também pode resultar de cancro da próstata.
Sintomas: Geralmente incluem:
• Problemas urinários.
• Incapacidade de urinar, ou dificuldade em iniciar ou parar o fluxo de urina.
• Necessidade frequente de urinar, principalmente à noite.
• Fluxo de urina fraco ou intermitente.
• Dor ou ardor durante a micção.
• Dificuldade em ter uma erecção.
• Sangue na urina ou no sémen.
• Dor frequente na zona inferior das costas, nas ancas ou na zona superior das coxas
DIAGNÓSTICO
Se apresentar sintomas ou resultados de exames que sugiram cancro da próstata, o médico irá questionar acerca da sua história clínica e familiar, irá observá-lo (exame físico) e poderá, ainda, pedir exames laboratoriais. Os exames e testes podem incluir um toque rectal, uma análise à urina, para detectar sangue ou uma infecção, e análises sanguíneas, para medir o nível de PSA (antigénio específico da próstata).
O médico ainda pode pedir: uma ecografia trans-rectal, uma cistoscopia, e uma biopsia.
ESTADIAMENTO
Para poder planear melhor o tratamento do cancro da próstata, o médico precisa de saber a extensão (estadio) da doença. O estadio baseia-se no tamanho do tumor, na disseminação (metastização) do tumor para os gânglios linfáticos, e na sua metastização para outras partes do corpo (metastização à distância).
O médico pode pedir raios-X, análises clínicas e outros testes ou procedimentos, para perceber a extensão da doença.
Para definir o estadio do tumor, o médico pode, ainda, pedir os seguintes exames:
• Estudo do osso com radioisótopos (cintigrafia óssea);
• TAC;
• RM (ressonância magnética).
TRATAMENTO
O tratamento do cancro da próstata pode envolver a cirurgia, radioterapia, terapêutica hormonal (hormonoterapia) ou apenas observação . Poderá fazer terapêuticas combinadas. Se o médico recomendar que a pessoa fique apenas em observação, a sua saúde será cuidadosamente monitorizada, e só será tratado se surgirem sintomas ou se estes piorarem.
Em qualquer estadio da doença, a pessoa com cancro da próstata pode fazer medicação para tratar e controlar a dor e outros sintomas, para aliviar os efeitos secundários do tratamento e para atenuar quaisquer problemas emocionais. Estes tratamentos são designados por cuidados de suporte, controlo dos sintomas ou cuidados paliativos.
- Cirurgia
Durante um período de tempo após a cirurgia, a pessoa sentir-se-á limitada, nas suas actividades, para permitir o correcto processo de cicatrização e "cura". É comum a pessoa sentir-se cansada ou fraca, durante algum tempo; durante os primeiros dias, muitas vezes a pessoa sente-se desconfortável.
Depois da cirurgia, a uretra necessita de tempo para recuperar. O homem terá um catéter (tubo inserido através da uretra, até à bexiga - algália) para drenar a urina, durante 10 dias a 3 semanas. A enfermeira ou o médico irão ensinar a pessoa a tratar da algália.
A recuperação após a cirurgia demora tempo, e o tempo necessário para a recuperação difere de pessoa para pessoa. No entanto consegue-se, geralmente, controlar a dor com fármacos. Antes da cirurgia, deve discutir o plano para alívio das dores com o médico ou com a enfermeira. O médico poderá ajustar o plano, se for necessário maior alívio da dor.
A cirurgia para remoção da próstata, pode causar problemas de longa duração, incluindo incontinência. Depois da cirurgia, algumas pessoas não são capazes de controlar o fluxo de urina da bexiga (incontinência urinária). Se o recto estiver lesionado, a pessoa pode não conseguir controlar as fezes (incontinência fecal).
Alguns homens podem ficar impotentes. A cirurgia conservadora dos nervos, é uma tentativa de evitar o problema da impotência. Quando o médico usa a cirurgia conservadora dos nervos, e a operação é bem sucedida, a impotência pode ser apenas temporária; no entanto, em alguns casos, mesmo com este procedimento ficam impotentes. Pode questionar o médico sobre possíveis medicamentos, e outros métodos, para ajudar a controlar os efeitos sexuais do tratamento do cancro da próstata.
- Radioterapia
Durante a radioterapia, poderá sentir-se muito cansado, particularmente nas últimas semanas de tratamento. O descanso é importante, mas, geralmente, o médico aconselha as pessoas a manterem-se activas, dentro do possível.
Algumas pessoas podem ter diarreia ou micção frequente e desconfortável.
Quando a pessoa faz radioterapia externa, no tratamento do cancro da próstata, a pele, na área tratada, pode tornar-se vermelha, seca e sensível. Poderá, também, perder o cabelo e/ou pêlos da zona tratada. Esta perda pode ser temporária ou permanente, dependendo da dose de radiação.
Tanto a radioterapia externa como a interna (braquiterapia), podem danificar os nervos, resultando em impotência. No entanto, a probabilidade de tal acontecer, é inferior com a braquiterapia. Ainda assim, pode provocar incontinência temporária. Os efeitos secundários da braquiterapia, a longo prazo, são pouco comuns.
- Hormonoterapia
É provável que a orquidectomia, bem como os agonistas da LH-RH , afectem a qualidade de vida da pessoa. Muitas vezes provocam efeitos secundários, como a impotência, afrontamentos, perda de desejo sexual e fragilidade óssea. No início do tratamento, um agonista da LH-RH pode piorar os sintomas (durante um curto período de tempo); a este problema temporário, chama-se "flare". No entanto, gradualmente o tratamento faz diminuir o nível de testosterona, no homem e, sem testosterona, o crescimento do tumor diminui; consequentemente, o estado do doente melhora (para prevenir o flare, o médico pode administrar, durante um período de tempo, um anti-androgénio, em simultâneo com o agonista da LH-RH).
Os anti-androgénios podem causar náuseas, diarreia, bem como crescimento ou sensibilidade mamária. Raramente, podem causar dor no abdómen, olhos com um tom "amarelado" ou urina escura, devido a problemas hepáticos. Alguns fármacos podem, ainda, provocar dificuldade respiratória e fotosensibilidade (aumento do tempo que os olhos necessitam para se adaptarem à luz; pode ser difícil passar de um ambiente luminoso para outro às escuras, e vice-versa).
Quando usados em tratamentos de longa duração, alguns fármacos podem provocar problemas hepáticos e erupções cutâneas. As pessoas que fazem bloqueio total dos androgénios, podem ter mais efeitos secundários do que aquelas que fazem apenas um tipo de tratamento hormonal.
Qualquer método de terapêutica hormonal que diminua os níveis hormonais, pode contribuir para enfraquecer os ossos. O médico pode sugerir medicamentos, ou suplementos alimentares, que possam reduzir o risco de fracturas ósseas.
OBSERVAÇÃO
As pessoas que optam apenas pela observação, evitam ou adiam os efeitos secundários da cirurgia e da radiação; no entanto, pode haver aspectos negativos desta escolha. Ao fazer apenas observação, pode ficar reduzida a probabilidade de controlo da doença, antes que esta se dissemine. Por outro lado, quando a pessoa for mais velha, e provavelmente desenvolver outros problemas de saúde, poderá ser difícil "gerir" o tratamento por cirurgia e radioterapia.
Algumas pessoas preferem não ficar apenas em observação, por desconforto em viver com um tumor por tratar, mesmo que seja um tumor com crescimento aparentemente lento. Se optar pela observação, e mais tarde mudar de ideia, deve discutir essa questão com o médico; quase sempre existe a possibilidade de uma abordagem diferente.
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