quinta-feira, 13 de maio de 2010

O CANCRO DA PELE NÃO-MELANOMA

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O cancro de pele tem origem nas células. As células da pele crescem e dividem-se para dar lugar a novas células. As células da pele envelhecem e morrem e são substituídas por novas células. Por vezes formam-se novas células sem que a pele tenha necessidade delas, e sem que as células envelhecidas morram quando deviam. Este excesso de células pode formar uma massa de tecido designada por neoplasia ou tumor.

As neoplasias ou tumores podem ser benignas ou malignas:

As neoplasias benignas não são cancro: As neoplasias benignas raramente põem a vida em risco, podem ser removidas e não costumam voltar a crescer, não invadem os tecidos mais próximos nem se espalham por outras partes do organismo.

As neoplasias malignas são cancro: As neoplasias malignas são geralmente de maior gravidade do que as neoplasias benignas e podem ser fatais. Contudo, os dois tipos de cancro de pele mais comuns provocam apenas uma em cada mil mortes por cancro.

Regra geral, as neoplasias malignas podem ser removidas, embora possam voltar a crescer, podem invadir e danificar os tecidos e órgãos adjacentes e podem alastrar para outras partes do corpo. À disseminação do cancro dá-se o nome de metastização.

TIPOS DE CANCRO DE PELE NÃO-MELANOMA

Os cancros de pele são designados de acordo com o tipo de células que se tornam cancerígenas.

Os dois tipos de cancro de pele não-melanoma mais comuns são o cancro basocelular e o cancro espinocelular. Este tipo de cancros tende a aparecer na cabeça, na face, no pescoço, nas mãos e nos braços, as áreas mais expostas ao sol. Porém, o cancro de pele pode surgir em qualquer parte do corpo.

O cancro basocelular cresce lentamente. Aparece com frequência em áreas da pele que estiveram expostas ao sol, sendo mais comum na face. O cancro basocelular raramente se espalha para outras partes do organismo.

O cancro espinocelular também se desenvolve em áreas da pele que estiveram expostas ao sol. Pode, no entanto, aparecer em locais não expostos ao sol. O cancro espinocelular pode atingir os gânglios linfáticos e alguns órgãos.

Se o cancro de pele se propagar do seu local de origem para outra parte do organismo, a nova neoplasia tem o mesmo tipo de células anormais, sendo designada por metástase do cancro da pele que lhe deu origem.

FACTORES DE RISCO

Sabemos que o cancro de pele não é contagioso

As investigações têm revelado que as pessoas com determinados factores de risco estão mais predispostas que outras a desenvolver cancro de pele. Um factor de risco é algo que pode aumentar a probabilidade de alguém vir a desenvolver uma doença.

Alguns estudos determinaram os seguintes factores de risco de cancro de pele:

Radiação ultravioleta (UV):

A radiação UV vem do sol, lâmpadas ultravioleta, solários horizontais ou verticais. O risco de desenvolver cancro de pele está relacionado com a exposição a radiação UV durante a vida. A maioria dos cancros de pele aparece após os 50 anos, embora possam surgir cancros de pele em idades mais jovens.

A radiação UV afecta-nos a todos. As pessoas de pele clara que fica facilmente sardenta ou queimada apresentam um risco acrescido. No entanto, as pessoas com tons de pele mais escuros também podem vir a sofrer de cancro de pele.
As pessoas que vivem em zonas com alto teor de radiação UV apresentam risco acrescido de vir a sofrer de cancro de pele. As populações que vivem nas montanhas também estão expostas a níveis mais elevados de radiação UV.

A radiação UV está presente mesmo em dias frios ou com nevoeiro.

Cicatrizes ou queimaduras na pele

Infecção por determinados vírus do papiloma humano (HPV)

Exposição a arsénico no local de trabalho

Inflamação crónica da pele ou úlceras da pele

Doenças que tornam a pele sensível ao sol, como xeroderma pigmentoso, albinismo e síndrome nevo basocelular

Radioterapia

Estados de saúde ou fármacos que suprimem o sistema imunitário

Antecedentes de um ou mais cancros de pele

Antecedentes familiares de cancro de pele

Queratose actinica:

Manifesta-se como pápula ou placa vermelha, com uma escama aderente, localizada nas áreas da pele cronicamente expostas ao sol, especialmente a face e as mãos. As neoplasias podem ter um aspecto rugoso e avermelhado ou apresentarem-se sob a forma de manchas castanhas na pele e fissuras ou zonas de descamação no lábio inferior que não cicatrizam.
Sem tratamento, uma pequena percentagem destas neoplasias pavimentosas pode evoluir para carcinoma pavimentoso ou espinocelular.

Doença de Bowen:

A doença de Bowen apresenta-se sob a forma de mancha descamativa ou espessa que pode evoluir para carcinoma espinocelular.

Se pensa que pode estar em risco de ter cancro de pele, deve falar com o seu médico, que lhe poderá sugerir formas de reduzir o risco e elaborar um calendário para a realização de consultas de vigilância.


FORMAS DE PREVENÇÃO

A melhor forma de prevenir o cancro de pele é proteger-se do sol. As crianças, em particular, devem ser bem protegidas. Os médicos recomendam a todas as pessoas que limitem o tempo de exposição ao sol e evitem outras fontes de radiação UV.

Sempre que possível, deve evitar a exposição sol do meio do dia (do meio da manhã até ao fim da tarde). Também se deve proteger da radiação UV reflectida pela areia, água, neve e gelo. A radiação UV pode atravessar roupas finas, pára-brisas, janelas e nuvens.

Procure usar roupa com mangas e pernas compridas de tecido forte, um chapéu de aba larga e óculos de sol que absorvam as radiações UV.

Utilize loções com protector solar. Os protectores solares podem ajudar a prevenir o cancro de pele, especialmente os de largo espectro com um factor de protecção solar de pelo menos 15. Apesar do uso destes protectores, deve evitar a exposição prolongada ao sol.

Não se recomenda o uso de lâmpadas ultravioletas e de solários.

SINTOMAS

Grande parte dos cancros basocelulares e espinocelulares têm tratamento, especialmente se forem identificados precocemente.

Uma alteração na pele é o indicador mais frequente de cancro de pele. Pode ser uma nova neoplasia, uma ferida que não cicatriza ou uma alteração de uma neoplasia já existente. Nem todos os cancros de pele têm a mesma aparência. Deve estar atento às seguintes alterações da pele:

  • Nódulos pequenos, lisos, brilhantes, opacos ou serosos.
  • Nódulos vermelhos e duros.
  • Feridas ou nódulos que sangram ou desenvolvem crosta ou cicatriz, mas não cicatrizam.
  • Sinais vermelhos e achatados rugosos, secos ou espessos, que se podem tornar macios e provocar comichão.
  • Sinais vermelhos ou castanhos rugosos e espessos.

Na maioria dos casos, o cancro de pele não é doloroso.

É importante observar a sua pele e regularmente para garantir que não existem novas neoplasias ou outras alterações. Deve comunicar de imediato estas alterações ao seu médico.

DIAGNÓSTICO

Se tiver uma alteração da pele, o médico deve procurar saber se se trata de cancro ou se é devida a outra causa. O médico poderá remover a totalidade ou parte da área de aspecto anómalo, que será depois analisada macroscopicamente por um patologista. A este processo dá-se o nome biopsia, que é a única forma segura para diagnosticar o cancro de pele.

Se a biopsia revelar a presença de cancro, o seu médico necessita saber a extensão da doença (determinar qual o estado em que se encontra).

A determinação do estado baseia-se nos seguintes factores:

- Tamanho da neoplasia.

- Que profundidade atingiu sob a camada superior da pele

- Se atingiu os gânglios linfáticos adjacentes ou outras partes do organismo

MÉTODOS DE TRATAMENTO DISPONIVEIS

A cirurgia é o tratamento habitual em pessoas com cancro de pele. Em alguns casos, o médico pode sugerir quimioterapia tópica, terapia fotodinâmica ou radioterapia.

Muitos cancros de pele podem ser facilmente removidos

Cirurgia

A cirurgia para tratar o cancro de pele pode ser realizada de várias formas. O método utilizado pelo médico depende do tamanho e do local onde se encontra a neoplasia, assim como de outros factores.

O médico pode descrever mais detalhadamente estes tipos de cirurgia:

A remoção cirúrgica da pele afectada (excisão ou exérese) é um tratamento comum para remover o cancro de pele. Após limpar e desinfectar a área, o cirurgião remove a neoplasia e a zona circundante com um bisturi. A pele desta zona e as margens serão analisadas ao microscópio para garantir que todas as células cancerígenas foram removidas. A dimensão da margem depende do tamanho da neoplasia.

A cirurgia de Mohs (também designada por cirurgia micrográfica de Mohs) é utilizada em alguns tipos de cancro de pele. A área da neoplasia é anestesiada, sendo em seguida cortadas pequenas camadas da margem da neoplasia que são imediatamente observadas ao microscópio. O cirurgião repete este procedimento até deixar de visualizar células cancerígenas. Deste modo, o cirurgião pode remover a totalidade do cancro e apenas uma pequena porção de tecido saudável.

A electrocoagulação e a curetagem são frequentemente utilizadas para remover pequenos basaliomas. O médico anestesia a área a ser tratada e o cancro é removido com um dispositivo afiado com a forma de uma colher, denominado cureta. A área tratada é submetida a uma corrente eléctrica que controla a hemorragia e destrói qualquer célula cancerígena que possa ter permanecido naquela área. A electrocoagulação e a curetagem são procedimentos rápidos e simples.

A criocirurgia é mais utilizada em pessoas que não podem submeter-se a outros tipos de cirurgia. Este tratamento pode causar edema (inchaço) e lesar certos nervos, cujo resultado é a perda de sensibilidade na área afectada.

A cirurgia laser utiliza um feixe fino e côncavo de luz para remover ou destruir células cancerígenas. É utilizada sobretudo em neoplasias localizadas apenas na camada exterior da pele.

São por vezes necessários enxertos para fechar os orifícios provocados pela cirurgia. Em primeiro lugar, o cirurgião anestesia uma porção de pele saudável de outra região do corpo (ex. parte de cima da coxa) removendo-a em seguida. O enxerto é usado para cobrir a área de onde foi retirado o tumor. Os doentes com enxertos de pele, devem ter cuidados especiais com a área do enxerto até à sua cicatrização.

O tempo de cicatrização após a cirurgia varia de caso para caso. A cirurgia deixa sempre uma cicatriz, cujo tamanho e cor depende da dimensão do tumor, do tipo de cirurgia e do modo como a sua pele cicatriza.

Para qualquer tipo de cirurgia, incluindo enxertos de pele ou cirurgia reconstrutiva, é importante seguir os conselhos do seu médico relativamente à higiene, prática de exercício físico ou outras actividades.

Terapia fotodinâmica

A terapia fotodinâmica (PDT) utiliza uma substância química (um agente fotossensibilizador) e uma fonte especial de luz (como a luz de um laser) para matar as células cancerígenas. Esta substância é aplicada directamente na pele ou injectada de forma a permanecer mais tempo nas células cancerígenas do que nas células normais. Horas ou dias depois, esta luz especial irá incidir na neoplasia. O agente químico é activado e destrói as células cancerígenas em redor.

A PDT é utilizada para tratar tumores que se encontram na superfície da pele ou em zonas muito próximas.

Em geral, os efeitos secundários da PDT são moderados. A PDT pode provocar queimaduras ou sensação de formigueiro, edema ou vermelhidão. Pode deixar uma cicatriz nos tecidos saudáveis em redor da neoplasia. Se for submetido a PDT, deverá evitar a exposição directa ao sol e a luzes durante pelo menos 6 meses após o tratamento.

Radioterapia

A radioterapia (também designada por terapia de radiação) utiliza raios altamente energéticos para matar células cancerígenas. Os raios são emitidos a partir de um grande aparelho e dirigem-se apenas às células afectadas. Este tratamento é administrado num hospital ou clínica, numa única dose ou em várias doses durante algumas semanas.

Não é muito comum recorrer à radioterapia no tratamento do cancro de pele, a não ser em tumores localizados em zonas de difícil acesso ou para que o doente não fique com cicatrizes muito profundas. O mesmo poderá acontecer se a neoplasia estiver localizada nas pálpebras, nas orelhas ou no nariz. Outro motivo para o seu uso é o reaparecimento do tumor após cirurgia.



0 comentários:

Enviar um comentário

Cancro

No mundo inteiro, milhões de pessoas vivem com o diagnóstico de cancro.

A investigação constante, numa área de intervenção tão importante como o cancro é, inquestionavelmente, necessária. Cada vez se sabe mais sobre as suas causas, sobre a forma como se desenvolve e cresce, ou seja, como progride. Estão, também, a ser estudadas novas formas de o prevenir, detectar e tratar, tendo sempre em atenção a melhoria da qualidade de vida das pessoas com cancro, durante e após o tratamento.

O cancro é a proliferação anormal de células.

O cancro tem início nas células; um conjunto de células forma um tecido e, por sua vez, os tecidos formam os órgãos do nosso corpo. Normalmente, as células crescem e dividem-se para formar novas células. No seu ciclo de vida, as células envelhecem, morrem e são substituídas por novas células.

Algumas vezes, este processo ordeiro e controlado corre mal: formam-se células novas, sem que o organismo necessite e, ao mesmo tempo, as células velhas não morrem. Este conjunto de células extra forma um tumor mas, nem todos os tumores correspondem a cancro.

Nos países da Europa e América do Norte o cancro mais frequente no homem tem sido o da próstata e o cancro mais mortal no homem tem sido o do pulmão; o cancro mais frequente na mulher é o da mama e o cancro mais mortal na mulher é o do pulmão.

O tempo é determinante no combate ao cancro. Informe-se e, pela sua saúde, consulte o médico quando suspeitar dessa situação. Quanto mais cedo for detectado, maior a probabilidade de cura do cancro.



Visita ao Laboratório da Crioestaminal

Visita ao Laboratório da Crioestaminal

Peditório para a Liga Portuguesa Contra o Cancro

Peditório para a Liga Portuguesa Contra o Cancro
Este é o único comprovativo do grupo a dizer a quantia do peditório que realizamos.

Foto de grupo aquando do peditório.