O cancro do cólon e/ou do recto é, também, chamado cancro colo-rectal. O cancro colo-rectal é um dos tipos de cancro mais comum nos homens (tal como o cancro da pele, próstata e pulmão) e nas mulheres (tal como o cancro da pele, pulmão e mama).
O CÓLON E O RECTO
O cólon e o recto fazem parte do aparelho digestivo; formam o intestino grosso. O cólon é a primeira porção do intestino grosso (120 a 150 cm) e o recto a última parte (10 a 12 cm). A parte do cólon que se une ao recto, é o cólon sigmóide. A parte que se une ao intestino delgado, é o cego.
No cólon, a água e os nutrientes são removidos dos alimentos e o restante é armazenado, como desperdício. Esse desperdício passa do cólon para o recto e, depois, para fora do organismo, através do ânus.
O cancro que tem início no cólon, chama-se cancro do cólon e o cancro que tem início no recto, chama-se cancro rectal. O cancro que afecte qualquer um destes órgãos pode, também, ser chamado de cancro colo-rectal.
Quando o cancro colo-rectal se dissemina, ou metastiza, para fora do cólon ou do recto, as células cancerígenas são, muitas vezes, encontradas nos gânglios linfáticos vizinhos. Se as células cancerígenas já tiverem atingido estes gânglios, é provável que se tenham disseminado, também, para outros gânglios linfáticos, ou mesmo para outros órgãos, como o fígado.
Quando o cancro metastiza, do seu local de origem para outra parte do corpo, o novo tumor tem o mesmo tipo de células "anormais" e o mesmo nome que o tumor primário. Por exemplo, se o cancro colo-rectal metastizar para o fígado, as células cancerígenas no fígado são, na verdade, células de cancro colo-rectal, agora metastizado e não cancro do fígado. Por essa razão, a pessoa irá receber tratamento para o cancro colo-rectal e não para cancro do fígado.
FACTORES DE RISCO
Ninguém sabe, exactamente, quais as causas do cancro colo-rectal. Raramente o médico consegue explicar porque é que determinada pessoa desenvolve a doença e outra não. O cancro colo-rectal não é contagioso; ninguém "apanha" a doença através de outra pessoa.
A investigação, demonstrou que pessoas com determinados factores de risco, têm maior probabilidade de desenvolver cancro colo-rectal do que outras.
Nos estudos efectuados, foram já identificados os seguintes factores de risco para cancro colo-rectal:
Idade: a probabilidade de ter cancro colo-rectal aumenta com o da idade. Mais de 90% dos diagnósticos desta doença, são efectuados em pessoas com mais de 50 anos. A idade média do diagnóstico é 65 anos.
Pólipos colo-rectais: os pólipos são saliências do tecido da parede do cólon ou do recto. São comuns em pessoas com mais de 50 anos. A maioria dos pólipos é benigna, mas alguns pólipos podem tornar-se cancerígenos. Detectar e remover os pólipos, pode reduzir o risco de cancro colo-rectal.
História familiar de cancro colo-rectal: os familiares próximos de uma pessoa com história de cancro colo-rectal, têm maior probabilidade de desenvolver a doença, especialmente se o familiar teve a doença ainda jovem. Se muitos familiares tiverem história de cancro colo-rectal, então o risco ainda é maior.
Alterações genéticas: se houver alterações em determinados genes, aumenta o risco de cancro colo-rectal.
O cancro do cólon não-polipoide hereditário (HNPCC ), é o tipo de cancro hereditário mais comum; representa cerca de 2% de todos os casos de cancro colo-rectal e resulta numa alteração num gene. Aproximadamente 3 entre 4 pessoas, com alteração no geneHNPCC , desenvolvem cancro do cólon; a idade média do diagnóstico de cancro do cólon é 44 anos.
A polipose adenomatosa familiar (PAF) hereditária é rara e corresponde à formação de centenas de pólipos no tubo digestivo, mas sobretudo no cólon e no recto. É causada por uma alteração num gene específico, chamado APC . Se a polipose adenomatosa familiar não for tratada resulta em cancro colo-rectal, aproximadamente aos 40 anos de idade. A PAF representa menos de 1% de todos os casos de cancro colo-rectal.
Os familiares de pessoas com HNPCC ou PAF, podem fazer testes genéticos para detectar quaisquer alterações genéticas específicas; nas pessoas que tenham alterações nos seus genes, o médico pode sugerir formas de tentar reduzir o risco ou melhorar a detecção de cancro colo-rectal. Em adultos com PAF, o médico pode recomendar uma cirurgia para remover a totalidade ou parte do cólon e do recto.
História pessoal de cancro colo-rectal: uma pessoa que já teve cancro colo-rectal, pode voltar a desenvolver o mesmo tipo de cancro. Mulheres que tenham história de cancro dos ovários, do útero ou da mama, também apresentam um risco aumentado de desenvolver cancro colo-rectal.
Colite ulcerosa: uma pessoa que teve uma doença que provoca inflamação do cólon, como a colite ulcerosa tem risco aumentado de desenvolver cancro colo-rectal.
Dieta: uma dieta rica em gorduras e pobre em cálcio e fibras pode aumentar o risco de cancro colo-rectal. Pessoas com uma dieta muito pobre em fruta e vegetais, podem ter risco aumentado de cancro colo-rectal.
Fumar cigarros: uma pessoa que fume cigarros, pode ter risco aumentado de desenvolver pólipos e cancro colo-rectal.
SINTOMAS DE ALERTA
Os sintomas mais comuns do cancro colo-rectal, são:
Alteração dos hábitos intestinais.
Diarreia, obstipação ou sensação de que o intestino não esvazia completamente.
Sangue (vermelho vivo ou muito escuro) nas fezes.
Fezes menores do que o habitual.
Desconforto abdominal generalizado (dores de gases, inchaço, enfartamento e/ou cãibras).
Perda de peso inexplicada.
Cansaço constante.
Náuseas e vómitos.
Na maioria das vezes, estes sintomas não estão relacionados com um cancro, e podem, ainda, ser provocados por tumores benignos ou outros problemas. Só o médico poderá confirmar.
Geralmente, as fases iniciais do cancro não causam dor. Se tem estes sintomas, não espere até ter dor para consultar o médico.
FORMAS DE DETECÇÃO
O rastreio do cancro, antes de haver sintomas, pode ajudar o médico a encontrar e tratar, precocemente, pólipos, ou mesmo algum tumor. Detectar e remover quaisquer pólipos existentes pode prevenir o cancro colo-rectal.
Existem medidas eficazes para detectar pólipos, ou mesmo cancro colo-rectal, em fase inicial:
Pessoas com idade igual ou superior a 50 anos devem fazer rastreio, mesmo que não tenham factores de risco.
Se apresentar risco mais elevado do que a média, para ter cancro colo-rectal, deve falar com o médico, relativamente a fazer exames de rastreio antes dos 50 anos.
Para detectar pólipos, tumores ou outras situações anómalas, no cólon e no recto, são usados os seguintes testes de rastreio:
Pesquisa de sangue oculto nas fezes: o tumor ou os pólipos sangram, e através desta pesquisa, podem ser detectadas pequenas quantidades de sangue nas fezes. Se nesta análise for detectado sangue, serão necessários testes adicionais para encontrar a origem do sangue. Há situações benignas, como as hemorróidas, que podem provocar sangue nas fezes.
Sigmoidoscopia: o médico observa o interior do recto e do cólon descendente, com um tubo iluminado, chamado sigmoidoscópio. Se detectar pólipos, estes serão removidos. O procedimento para remoção de pólipos chama-se polipectomia.
Colonoscopia: o médico observa o interior do recto e da totalidade do cólon, usando um longo tubo iluminado, chamado colonoscópio. Quaisquer pólipos que sejam detectados, serão removidos pelo médico.
Clister opaco com duplo-contraste: este procedimento envolve vários raio-X do cólon e do recto. É dado, ao doente, um clister com uma solução de bário e é bombeado ar para dentro do recto. O bário e o ar delimitam o cólon e o recto nas imagens de raio-X. Podem aparecer pólipos na radiografia.
Toque rectal: um exame como o toque rectal faz, geralmente, parte do exame físico de rotina. O médico, depois de colocar umas luvas, introduz um dedo lubrificado no recto, para detectar zonas anómalas na parte inferior do recto.
FORMAS DE DIAGNÓSTICO
Se apresentar quaisquer sinais ou sintomas de cancro colo-rectal, o médico deverá confirmar se são provocados por um tumor ou por qualquer outra causa.
Se o exame físico e os resultados dos testes não sugerirem a presença de um tumor, o médico poderá decidir que não é necessário fazer mais testes, nem qualquer tratamento.
Se os testes demonstrarem uma zona anómala como, por exemplo, um pólipo, pode ser necessário proceder a uma biópsia para detecção de células cancerígenas. Muitas vezes, o tecido anómalo é removido durante a colonoscopia ou a sigmoidoscopia; o tecido é, depois, analisado ao microscópio, por um patologista.
TESTES
Se a biópsia comprovar a existência de um cancro, o médico precisa de saber qual a extensão da doença, para melhor planear o tratamento. A extensão da doença, está relacionado com o facto de o tumor ter, ou não, invadido os tecidos vizinhos, e de se ter disseminado para outras partes do corpo. Para saber a extensão da doença pode-se envolver alguns dos seguintes testes e procedimentos:
Análises sanguíneas: o médico pede análises, para saber se o antigénio carcino-embriónico (CEA), bem como outras substâncias específicas, são detectadas no sangue. Algumas pessoas com cancro colo-rectal, ou outras doenças, apresentam um nível elevado de CEA .
Colonoscopia: se a colonoscopia não foi realizada para o diagnóstico, o médico observa, agora, toda a extensão do cólon e do recto, com um colonoscópio, para detectar outras possíveis zonas anómalas.
Ecografia endorectal: é inserida uma sonda no recto; esta sonda envia ondas sonoras, não audíveis pelas pessoas. As ondas são reflectidas pelo recto e pelos tecidos circundantes e um computador usa os ecos para criar uma imagem. A imagem mostra a profundidade do crescimento do tumor rectal ou se este metastizou para os gânglios linfáticos ou para outros tecidos.
Radiografia ao tórax: o raio-X do tórax, pode demonstrar se o tumor se metastizou para os pulmões.
TAC: através de uma máquina de raio-X, ligada a um computador, é feita uma série de imagens pormenorizadas, de zonas dentro do organismo. A pessoa pode fazer uma injecção de corante. Os tumores no fígado, nos pulmões ou noutro local, aparecem na TAC.
MÉTODOS DE TRATAMENTO
O tratamento do cancro colo-rectal pode envolver cirurgia, radioterapia ou quimioterapia.
O cancro do cólon é, por vezes, tratado de modo diferente do cancro do recto. Os tratamentos para o cancro do cólon e do recto serão descritos em separado.
Podem ser administrados medicamentos para controlar a dor e outros sintomas do cancro, bem como para aliviar os possíveis efeitos secundários do tratamento. Estes tratamentos são designados como tratamentos de suporte, para controlo dos sintomas ou cuidados paliativos.
Cirurgia
A cirurgia é o método mais comum para o tratamento do cancro colo-rectal. É um tipo de tratamento local: trata o cancro, no cólon e no recto e na zona perto do tumor.
Um pólipo maligno, pode ser removido do cólon ou da zona superior do recto, com um colonoscópio. Alguns tumores, na porção inferior do recto, podem ser removidos, através do ânus, com um colonoscópio.
Para um cancro maior, o cirurgião faz uma incisão no abdómen, para remover o tumor e uma parte saudável do cólon ou recto, para ter margens de segurança. Também podem ser removidos alguns gânglios linfáticos vizinhos.
Quando uma porção do cólon ou do recto é removida, o cirurgião pode ligar as partes saudáveis. Por vezes esta ligação não é possível; neste caso, o cirurgião cria uma nova "via", por onde as fezes serão eliminadas do organismo. O cirurgião cria uma abertura na parede do abdómen; liga a extremidade superior do intestino à abertura e fecha a outra extremidade. A operação, para criação da abertura, chama-se colostomia. Prende-se, com um adesivo especial, e coloca-se um saco junto à abertura, para recolher as fezes.
Para a maioria das pessoas, a colostomia é temporária. É apenas necessária até que o cólon ou o recto cicatrizem da cirurgia. Após a recuperação, o cirurgião volta a ligar as partes do intestino e fecha a abertura. Algumas pessoas, especialmente aquelas que apresentavam um tumor na parte inferior do recto, necessitam de uma colostomia permanente.
Quimioterapia
A quimioterapia consiste na utilização de fármacos, para matar as células cancerígenas. Os fármacos podem ser administrados sob a forma de comprimidos, ou através de uma injecção na veia. Em qualquer das situações, os fármacos entram na corrente sanguínea e circulam por todo o organismo: é a chamada terapêutica sistémica.
A quimioterapia é, geralmente, administrada por ciclos de tratamento, repetidos de acordo com uma regularidade específica, de situação para situação.
A maioria das pessoas com cancro, faz a quimioterapia no hospital, no consultório do médico ou em casa, ou seja, não ficam internadas no hospital. No entanto, algumas pessoas podem precisar de ficar no hospital, internadas, enquanto fazem a quimioterapia.
A pessoa pode fazer apenas quimioterapia, quimioterapia antes ou depois da cirurgia, radioterapia ou ambas.
Quando a quimioterapia é administrada antes da cirurgia, é chamada de terapêutica neo-adjuvante; o objectivo é diminuir o tamanho do tumor.
A quimioterapia administrada logo após a cirurgia, é chamada de terapêutica adjuvante; o objectivo é destruir quaisquer células cancerígenas remanescentes e prevenir uma recidiva do tumor, no cólon, no recto ou noutro local.
A quimioterapia também é usada para tratar pessoas com doença avançada e, neste caso, o intuito é apenas paliativo, ou seja, para controlar a doença e/ou sua sintomatologia.
Radioterapia
A radioterapia é um tratamento local e afecta apenas as células cancerígenas na zona tratada; usa raios de elevada energia, para matar as células cancerígenas.
Em determinadas situações, pode ser administrada uma combinação de diferentes tratamentos com radioterapia:
Radiação externa: a radiação provém de uma máquina. Para este tratamento, a maioria das pessoas vai ao hospital ou clínica. Em alguns casos, é administrada radioterapia externa, durante a cirurgia.
Radiação interna: a radiação provém de material radioactivo contido em sementes, agulhas ou finos tubos de plástico, que são colocados directamente no local do tumor ou perto. Para fazer radiação por implante o doente fica internado no hospital. Os implantes permanecem no local durante vários dias; são retirados antes de ir para casa.
TRATAMENTO PARA O CANCRO DO CÓLON
Grande parte das pessoas com cancro do cólon, é tratada com cirurgia. Algumas pessoas fazem ambos os tratamentos: cirurgia e quimioterapia. Em pessoas com cancro do cólon, raramente é necessária a colostomia.
Apesar da radioterapia não ser muito usada no tratamento do cancro do cólon é, por vezes, usada para aliviar as dores e outros sintomas.
TRATAMENTO PARA O CANCRO DO RECTO
Em todas as fases do cancro rectal, a cirurgia é o tratamento mais comum. Alguns doentes fazem cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Cerca de 1, em cada 8 pessoas, precisa de uma colostomia permanente.
A radioterapia pode ser usada antes e depois da cirurgia. Algumas pessoas fazem-na antes da cirurgia, para diminuir o tumor e outras fazem-na depois da cirurgia, para matar possíveis células cancerígenas que tenham permanecido na região. Em alguns hospitais, a pessoa pode fazer radioterapia, durante a cirurgia. Também poderá ser feita radioterapia para alívio das dores e de outros problemas, causados pelo cancro.
2 comentários:
Deixo aqui um artigo muito completo sobre o cancro de colon e que formas temos de o prevenir beijos
https://www.naturalthrone.com/blog/artigo/como-prevenir-cancro-do-colon-e-sintomas
Bom dia!
Artigo muito informativo, se quiser passe aqui que tem um artigo sobre o assunto também muito interessante.
Obrigada
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