Os medicamentos que reduzem a taxa de colesterol no sangue causam cancro em animais de laboratório, anunciaram cientistas norte-americanos da universidade da Califórnia, em São Francisco. Estes cientistas defendem mesmo que os remédios podem ter o mesmo efeito sobre os seres humanos.
A investigação cobriu dois tipos de medicamentos que são recomendados vulgarmente contra a hipercolesterolemia, um problema que provoca graves problemas cardiovasculares. Entre os fármacos estudados estão os lideres de mercado mundiais Mevinacor, à base de lovastatina, e Lopid, à base de gemfibrozil.
Thomas Newman e Stephen Hulley afirmam, no trabalho que publicaram na revista da Associação Médica Americana (“Journal of the American Medical Association”), que encontraram uma prova “indiscutível” de que os ratinhos desenvolviam tumores depois de lhes terem sido administradas grandes doses desses produtos. Ainda segundo os investigadores, os medicamentos foram aprovados sem que se tivesse dado muita importância ao se potencial cancerígeno devido à sua eficácia na redução de ataques cardíacos.
Numa atitude algo inédita, a própria assiciação médica escreve um editorial na revista, criticando os resultados da pesquisa dos investigadores californianos. Alega que os roedores de laboratório são mais susceptíveis de contrair cancro que os seres humanos e que os fármacos foram testados em dose muito mais elevadas do que as que as pessoas normalmente tomam.
“Quase 50 por cento dos químicos testados em roedores são cancerígenos. Não há qualquer prova em seres humanos”, lê-se no editorial, assinado por James Dalen e Wlliam Dalton, do Colégio de Medicina da Universidade do Arzona. Jonathan Tobert, médico do laboratório farmacêutico Merck, que produz o Mevinacor e Zocor, criticou, por seu lado, o estudo acusando-o se ser “contraproducente porque pode assustar as pessoas que têm realmente de tomar estes medicamentos”.
De qualquer modo, os cientistas da Universidade da Califórnia não colocam em causa os efeitos benéficos que estes medicamentos têm ao nível da prevenção dos problemas cardiovasculares. Consideram mesmo que os medicamentos devem continuar a ser ministrados às pessoas que têm um risco extremamente elevado de doença coronária.
0 comentários:
Enviar um comentário